VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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de interesse - não foi realizada por não encontrar um instrumento adequado à idade<br />
dessas crianças. No entanto, registro esta lacuna no processo, pois acredito ser de<br />
grande importância a contribuição e a participação dos mesmos nos procedimentos<br />
de identificação.<br />
O quarto e último aspecto a destacar na análise da sistematização de uma proposta<br />
de identificação para crianças na primeira infância é o entendimento de que se<br />
trata de um processo contínuo, garantido pelo acompanhamento dos sujeitos ao<br />
longo do tempo e em diferentes situações de seu cotidiano. Esse entendimento resulta<br />
num perfil narrativo de cada criança, onde, por um lado são assinalados os<br />
pontos fortes e aqueles que têm de ser melhorados e, por outro, a influência do ambiente<br />
é reconhecida na produção desse perfil, estimulando os pontos fortes e desenvolvendo<br />
aqueles que necessitam auxílio. Assim, os comportamentos apresentados<br />
não são percebidos como um produto finalizado da inteligência.<br />
Para concluir, a análise deste primeiro aspecto – sistematização de um procedimento<br />
de identificação - enfatizo que não é uma tarefa fácil buscar respostas definitivas<br />
num campo tão complexo quanto este. Porém, o estudo possibilitou-me vivenciar/investigar<br />
uma proposta de identificação das altas habilidades/superdotação<br />
na primeira infância, baseando-me nas concepções das inteligências de Gardner<br />
(2000) e de superdotação de Renzulli (2004) e sistematizando algumas características<br />
importantes nesse processo. No entanto, considerando a concepção do termo<br />
“identificação”, com o qual venho trabalhando ao longo desta investigação, resta definir<br />
o conjunto de características singulares desses sujeitos, respondendo assim à<br />
segunda questão lançada ao iniciar esta análise – em que consistem essas semelhanças<br />
e diferenças apresentadas por Vitória, Paulo e Geraldo.<br />
5.2 A SINGULARIDADE DAS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO<br />
Na análise deste segundo aspecto, quero retomar as reflexões feitas ao iniciar<br />
a investigação, destacando aqui, novamente, o pensamento de Ramos-Ford e<br />
Gardner (1991), que enfatizam a importância do entendimento das características<br />
“possivelmente únicas” num indivíduo, no que se refere aos seus interesses e capacidades<br />
nas diferentes áreas do saber, do fazer e do sentir 25 . Este estudo está per-<br />
25 Refiro-me aqui aos aspectos afetivos e cognitivos que subjazem nas concepções das inteligências pessoais - intra e interpessoal<br />
- propostas por Gardner (2000).