VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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reflexiva, pois as relações entre os objetos estão interiorizadas e a noção do número<br />
já está construída.<br />
O princípio da coexistência dos dois tipos de conhecimento, principalmente nas<br />
fases sensório-motora e pré-operatória, tem uma grande importância para a área<br />
educacional, no que diz respeito à noção do número, pois implica que [...] a criança<br />
deve colocar todos os tipos de conteúdos (objetos, eventos, ações) em todos os tipos<br />
de relações, para chegar a construir o número” (KAMII, 1991, p. 18). Neste processo,<br />
a autora destaca dois tipos de relações: a ordem e a inclusão hierárquica.<br />
O primeiro tipo diz respeito à ação da criança de contar os objetos, sem ter a necessidade<br />
de colocá-los numa ordem espacial. O que interessa nesta ação é que nenhum<br />
objeto deixe de ser contado e/ou contado duas vezes. A criança enumera os<br />
objetos ordenando-os mentalmente e considerando um de cada vez. Os numerais<br />
são nomeados como “[...] nomes individuais para uma série, como João, Maria, Susaninha...<br />
Paulo” (KAMII,1991, p.20).<br />
No segundo tipo de relação - a relação hierárquica - a quantificação dos objetos<br />
configura-se como grupo, pois “[...] significa que a criança inclui mentalmente o<br />
um em dois, dois em três, três em quatro, etc.” (KAMII,1991, p.20). Então, pode-se dizer<br />
que, para quantificar um conjunto, numericamente, a criança realiza a assimilação<br />
recíproca de dois esquemas: o da ordenação e o da inclusão hierárquica.<br />
Por último, destaco o conhecimento social que, basicamente, se fundamenta<br />
nas convenções sociais construídas pela cultura e pelo indivíduo, e se caracteriza<br />
por sua arbitrariedade. Antes de analisar o conhecimento social, propriamente dito,<br />
cabe assinalar a relação entre este e o conhecimento lógico-matemático, pois há<br />
uma crença de que é possível ensinar os conceitos numéricos através da transmissão<br />
social.<br />
Kamii (1991) salienta que a criança utiliza, tanto para construir o conhecimento<br />
físico, quanto para o social, a mesma estrutura do conhecimento lógico-matemático.<br />
Isto é, para reconhecer que uma palavra é obscena, a criança deve diferenciar “palavras<br />
não obscenas” de “palavras obscenas”; além de reconhecer a dicotomia entre<br />
“palavras” e “tudo o que não é palavra” (KAMII, 1991). Entretanto, apesar de haver esta<br />
semelhança entre os processos destes conhecimentos, a autora destaca que, no<br />
conhecimento lógico-matemático, a base é a própria criança, e que “[...] absolutamente<br />
nada é arbitrário neste domínio [...] porque é um sistema de relações no qual<br />
nada é arbitrário” (KAMII, 1991, p.25). A autora destaca que o conceito do número,