VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
69<br />
1.2.1 A controvérsia no uso dos testes<br />
Segundo Yagüe (1986), desde os trabalhos de Terman, tem sido usual a identificação<br />
das altas habilidades/superdotação, através de testes psicométricos de inteligência.<br />
Os estudos relativos à criatividade e ao pensamento divergente, no entanto,<br />
têm estimulado a busca de alternativas que permitam critérios múltiplos e polivalentes<br />
no processo de reconhecimento desses sujeitos, consolidados na busca de um<br />
modelo de identificação qualitativo. Apesar destas tentativas, os testes ainda continuam<br />
sendo aplicados, tendo um papel preponderante no diagnóstico, uma vez que,<br />
ao oferecer um resultado objetivo numérico, exercem a atração de proporcionar uma<br />
certa ‘segurança’ na atividade do profissional.<br />
Gardner, Feldman e Krechevsky (2001a) apresentam cinco pontos que dificultam<br />
o uso dos instrumentos psicométricos de inteligência de forma generalizada. O<br />
primeiro ponto evidencia que esses instrumentos são utilizados como uma medida<br />
do valor e do potencial intelectual humano, apropriado a diversas finalidades, esquecendo<br />
que eles foram concebidos, inicialmente, para predizer o desempenho escolar.<br />
Portanto, tais instrumentos focam somente aquelas competências reconhecidas<br />
pela escola, apontando os alunos bem sucedidos nas habilidades lógico-matemáticas<br />
e lingüísticas. Dessa maneira, os alunos que apresentam habilidades em outras<br />
áreas têm poucas chances de terem seu potencial reconhecido.<br />
Outro aspecto apontado por Gardner, Feldman e Krechevsky (2001a) na análise<br />
crítica dos testes é que eles são culturalmente tendenciosos, requerendo familiaridade<br />
com o vocabulário, expressões orais e convenções sociais da cultura dominante.<br />
O terceiro aspecto apresentado pelos autores é que os testes de inteligência<br />
requerem funções mentais descontextualizadas das atividades habituais dos indivíduos.<br />
Além disso, muitos traços utilizados na resolução de problemas - como liderança,<br />
habilidade para interagir, determinação, imaginação - não são avaliados pelos<br />
testes de inteligência.<br />
O quarto aspecto que contribui para a análise crítica do uso dos testes por<br />
Gardner Feldman e Krechevsky (2001a) é a utilização de perguntas padronizadas e<br />
pontuadas, segundo um procedimento estatístico, de modo que apenas algumas<br />
respostas são consideradas "certas", quando respondidas dentro de um determinado<br />
intervalo de tempo. Desta forma, como avaliar uma criança que - ao pensar de maneira<br />
criativa e imaginativa - dá respostas originais? Na mesma linha, como avaliar o