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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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1.2.1 A controvérsia no uso dos testes<br />

Segundo Yagüe (1986), desde os trabalhos de Terman, tem sido usual a identificação<br />

das altas habilidades/superdotação, através de testes psicométricos de inteligência.<br />

Os estudos relativos à criatividade e ao pensamento divergente, no entanto,<br />

têm estimulado a busca de alternativas que permitam critérios múltiplos e polivalentes<br />

no processo de reconhecimento desses sujeitos, consolidados na busca de um<br />

modelo de identificação qualitativo. Apesar destas tentativas, os testes ainda continuam<br />

sendo aplicados, tendo um papel preponderante no diagnóstico, uma vez que,<br />

ao oferecer um resultado objetivo numérico, exercem a atração de proporcionar uma<br />

certa ‘segurança’ na atividade do profissional.<br />

Gardner, Feldman e Krechevsky (2001a) apresentam cinco pontos que dificultam<br />

o uso dos instrumentos psicométricos de inteligência de forma generalizada. O<br />

primeiro ponto evidencia que esses instrumentos são utilizados como uma medida<br />

do valor e do potencial intelectual humano, apropriado a diversas finalidades, esquecendo<br />

que eles foram concebidos, inicialmente, para predizer o desempenho escolar.<br />

Portanto, tais instrumentos focam somente aquelas competências reconhecidas<br />

pela escola, apontando os alunos bem sucedidos nas habilidades lógico-matemáticas<br />

e lingüísticas. Dessa maneira, os alunos que apresentam habilidades em outras<br />

áreas têm poucas chances de terem seu potencial reconhecido.<br />

Outro aspecto apontado por Gardner, Feldman e Krechevsky (2001a) na análise<br />

crítica dos testes é que eles são culturalmente tendenciosos, requerendo familiaridade<br />

com o vocabulário, expressões orais e convenções sociais da cultura dominante.<br />

O terceiro aspecto apresentado pelos autores é que os testes de inteligência<br />

requerem funções mentais descontextualizadas das atividades habituais dos indivíduos.<br />

Além disso, muitos traços utilizados na resolução de problemas - como liderança,<br />

habilidade para interagir, determinação, imaginação - não são avaliados pelos<br />

testes de inteligência.<br />

O quarto aspecto que contribui para a análise crítica do uso dos testes por<br />

Gardner Feldman e Krechevsky (2001a) é a utilização de perguntas padronizadas e<br />

pontuadas, segundo um procedimento estatístico, de modo que apenas algumas<br />

respostas são consideradas "certas", quando respondidas dentro de um determinado<br />

intervalo de tempo. Desta forma, como avaliar uma criança que - ao pensar de maneira<br />

criativa e imaginativa - dá respostas originais? Na mesma linha, como avaliar o

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