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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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As “marcas simbólicas” que diferenciam as duas crianças – Paulo e Vitória – de<br />

Geraldo são tão evidentes que podem ser constatadas por qualquer pessoa, ao assistir<br />

às cenas filmadas. Exemplo disto é o depoimento da aluna da Pedagogia que<br />

me auxiliou na transcrição das fitas. Por diferentes vezes durante o trabalho, ela referia<br />

como Paulo e Vitória eram diferentes das outras crianças, encantava-se com<br />

seus comportamentos e os associava com manifestações de sua sobrinha – um<br />

pouco mais moça que eles – mas que também apresentava destaques em algumas<br />

áreas. Estas reflexões trazem à tona duas perguntas: todas as crianças que se destacam<br />

por seus comportamentos avançados para sua faixa etária são crianças com<br />

altas habilidades/superdotação? Podem-se identificar comportamentos com indicadores<br />

de altas habilidades/superdotação em crianças de tão tenra idade?<br />

Em relação à primeira pergunta, não podemos confundir crianças precoces<br />

com aquelas que apresentam, já na primeira infância, comportamentos com indicadores<br />

de altas habilidades/superdotação. Para Tarrida (1997), a precocidade é um<br />

fenômeno independente das altas habilidades/superdotação. Apesar dos dois aspectos<br />

estarem ligados ao desenvolvimento nas diferentes áreas - estruturais e/ou instrumentais<br />

- que constituem as etapas maturativas pela qual todo o ser humano passa,<br />

a primeira – precocidade – está ligada ao ritmo com que avançam em uma dessas<br />

áreas, ao longo de um tempo determinado. Assim, Tarrida (1997) enfatiza dois<br />

aspectos que diferenciam a precocidade da superdotação:<br />

a) as etapas do desenvolvimento seguem a mesma seqüência, porém apresentam<br />

ritmo e duração diferenciados do desenvolvimento dito “normal”;<br />

b) os “picos” no desenvolvimento surgem durante algum tempo; porém, esse<br />

desnível desaparece e o resultado final do desenvolvimento será semelhante<br />

ao das demais pessoas.<br />

Entendo, também, que a precocidade na criança pode estar relacionada ao<br />

primeiro anel de Renzulli (1986) – capacidade acima da média. Como foi frisado ao<br />

longo deste estudo, os três traços que caracterizam esses sujeitos - capacidade a-<br />

cima da média, comprometimento com a tarefa e criatividade - devem estar potencialmente<br />

presentes para que se possam evidenciar os comportamentos de altas habilidades/superdotação.<br />

Assim, analisando os comportamentos de Geraldo, durante o<br />

processo de identificação, temos um exemplo claro de uma criança que apresentava<br />

um desenvolvimento precoce em uma área – espacial – sem, no entanto, apresentar<br />

pontos fortes em qualquer outra. Outros dois aspectos chamaram a atenção e podem<br />

evidenciar uma diferenciação importante entre a precocidade e a altas habilida-

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