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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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As inteligências específicas, para Gardner (1994a, p. 53), “[...] existem não como<br />

entidades fisicamente verificáveis, mas apenas somente como construtos científicos<br />

potencialmente úteis”. A Teoria das Inteligências Múltiplas propõe a discussão<br />

de processos e capacidades de forma contínua, pois a natureza, para o referido autor,<br />

não aceita descontinuidades. Contraditoriamente, cada inteligência é um potencial<br />

autônomo das demais, apesar de funcionarem de forma simultânea, pois a atividade<br />

cognitiva humana é complexa. Tal afirmação, segundo Ramos-Ford e Gardner<br />

(1991), subsidia o entendimento de que ter um nível elevado numa determinada á-<br />

rea não significa um nível igualmente elevado em outra. Esta autonomia das inteligências<br />

tem uma relevância significativa para o grupo social que congrega os sujeitos<br />

com altas habilidades/superdotação, uma vez que encerra uma explicação mais<br />

objetiva e científica para o fato de apresentarem alto rendimento em uma área e serem<br />

completamente “analfabetos” em outra. Tal afirmação contribui sobremaneira<br />

para desmistificar a crença errônea de que estas pessoas são “super” em tudo o que<br />

fazem.<br />

Até o momento, apresentei a concepção de inteligência proposta por Gardner.<br />

No entanto, este autor também tem uma concepção de sujeito superdotado, que cabe<br />

aqui destacar. Gardner (1999a) entende que três processos são fundamentais na<br />

constituição destes indivíduos:<br />

a) a manifestação de seu interesse por determinado domínio tem primazia sobre<br />

os fatos que ocorrem numa sociedade e/ou sobre as relações sociais que povoam<br />

esta sociedade. Esta escolha é feita de forma mais ou menos consciente e resulta<br />

em um produto destacado no domínio;<br />

b) grande investimento no aperfeiçoamento das práticas nesse domínio e/ou na<br />

proposição de novas alternativas; e<br />

c) presença importante da criatividade, que é concebida como a resultante da<br />

dinâmica de três elementos: da pessoa com seus talentos, do domínio no qual a o-<br />

bra criativa é realizada e dos “[...] julgamentos expedidos pelo campo de juízes circundantes”<br />

(GARDNER, 1999a, p.129).<br />

A definição de criatividade, para Gardner (1999c), envolve fatores como: a resolução<br />

de problemas, a elaboração de produtos e questões novas e incomuns; tais<br />

produções devem ser aceitas e reconhecidas pelo grupo cultural do criador. Apesar<br />

de não introduzir elementos significativamente novos no conceito de criatividade, o

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