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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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portamento de maior exposição e expectativa em relação ao “sucesso” da filha, a<br />

menina vive numa cultura marcada pela primazia masculina, pensamento marcante,<br />

principalmente, nas cidades do interior do Rio Grande do Sul. Desta forma, lhe é<br />

“permitido” e incentivado o interesse e destaque nas áreas consideradas como relacionadas<br />

ao que se costuma entender como “talento” – música, artes e esportes. No<br />

entanto, pela análise das Estruturas Narrativas, foi possível observar que seu pensamento<br />

lógico-matemático também estava avançado para sua faixa etária, sem, no<br />

entanto, merecer a mesma atenção e estimulação, tanto por parte de Vitória quanto<br />

da família e da escola. O pouco estímulo ao desenvolvimento do pensamento divergente<br />

nas meninas/mulheres, segundo Colmenares (2000, p. 168), está relacionado<br />

ao recebimento de<br />

[...] mensagens negativas em relação à sua realização acadêmica. Existem<br />

poucas recompensas escolares e familiares para as meninas que se manifestam<br />

de forma assertiva e independente, considerando-as como perigosas<br />

e provocadoras para o professorado. (Tradução minha)<br />

Nesse sentido, também pode ser explicada a menor visibilidade das meninas/mulheres<br />

com altas habilidades/superdotação, pois segundo a autora, “[...] as<br />

famílias põem maiores esperanças nos varões, apresentando maiores expectativas<br />

em seus filhos do que nas filhas” (COLMENARES, 2000, p.168) (Tradução minha). Este<br />

fato também poderia explicar a procura de identificação, pois, como pode ser observado,<br />

o Grupo de Identificação teve a participação inicial de seis meninos e duas<br />

meninas. No entanto, o resultado final desta investigação, que apresenta uma menina<br />

e um menino com altas habilidades/superdotação, pode evidenciar o que Colmenares<br />

(1997, p.117) salienta: “[...] muitas vezes as diferenças intersexo respondem<br />

mais a estereotipias que a própria realidade” (Tradução minha).<br />

Em relação à segunda questão - inteligências e altas habilidades/superdotação<br />

- entendo que as inteligências podem se manifestar através de diferentes expressões<br />

do saber, do fazer e do sentir. Assim, parecia-me que entender todos os comportamentos<br />

com indicadores de altas habilidades/superdotação através de dois perfis<br />

traduzia de forma simplista e reducionista um conceito tão complexo. A partir das<br />

contribuições de Paulo e Vitória, foi clareando, para mim, um aspecto que Pérez<br />

(2004) já levantava em sua investigação sobre as características dos alunos com<br />

perfil produtivo-criativo. Ou seja, na concepção de altas habilidades/superdotação<br />

subjaz a de inteligência, portanto, estes dois perfis devem estar relacionados a cada<br />

uma das inteligências. Assim, uma pessoa com altas habilidades/superdotação na<br />

inteligência naturalística – como é o caso de Paulo – pode apresentar um perfil acadêmico<br />

ou produtivo-criativo neste domínio. Parece-me que tal constatação amplia e

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