VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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por pertencer ao conhecimento lógico-matemático, é universal, não sendo possível<br />
ensinar as relações que o sustentam, porque ele é construído por cada ser humano,<br />
através das relações estabelecidas por ele, entre as coisas existentes em seu ambiente.<br />
Para os educadores, a importância desta afirmação reside na diferenciação entre<br />
o desempenho da criança e as estruturas mentais desta criança. O objetivo de<br />
seu trabalho deve ser o de favorecer o desenvolvimento destas estruturas, evitando<br />
ter como finalidade ensinar as respostas corretas; ou seja, é importante que o(a) professor(a)<br />
valorize o processo, e não somente o produto.<br />
Para Flavell, Miller e Miller (1999, p. 146), o principal objetivo do conhecimento<br />
social é “[...] separar-se dos outros e adquirir uma noção sólida do self como independente,<br />
estabelecendo, ao mesmo tempo, conexões sócio-emocionais com os outros”.<br />
Destaco a contribuição desses autores, pois ela tem importância fundamental<br />
para o entendimento dos comportamentos sociais das pessoas com altas habilidades/superdotação.<br />
Nem todas estas pessoas apresentam um comportamento sociável,<br />
no sentido em que nossa cultura o define. No entanto, é bastante comum observar<br />
essa autonomia na gestão do seu conhecimento e na formação dos conceitos<br />
que vão contribuir para a vida em sociedade.<br />
Bee (1997) assinala a importância da relação com os pais na construção da<br />
noção de self, pois eles são os principais agentes no oferecimento de experiências<br />
positivas e que estimulam a autoestima, autonomia e independência de seus filhos.<br />
A autora destaca as mudanças na função parental de acordo com as diferentes etapas<br />
do desenvolvimento dos filhos, e complementa, afirmando que o essencial nesse<br />
processo é o “[...] equilíbrio entre as habilidades e as necessidades emergentes<br />
da criança e a necessidade dos pais em protegê-la e de ter controle sobre seu comportamento”<br />
(BEE, 1997, p. 237). Contrabalançar tais necessidades não é uma tarefa<br />
fácil de ser construída e, no caso dos pais das crianças com altas habilidades/superdotação,<br />
assim como no dos pais com filhos deficientes, ela se torna mais<br />
complexa, pois também tem que haver uma eqüidade entre o filho imaginário e o filho<br />
real. Destaco essa situação, pois, no senso comum, há uma idéia de que é gratificante<br />
para os pais o fato de terem um filho superdotado. Porém, não é isto que tenho<br />
observado na minha prática, pois, ao se defrontarem com uma criança que é “diferente”<br />
das demais que eles conhecem, os pais sentem-se confusos e não sabem<br />
como educar esse filho que, por vezes, parece tão “maduro” e, em outras, é tão “infantil”.