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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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Em 2001, Paulo foi matriculado numa Escola de Educação Infantil. Os pais estavam<br />

muito preocupados com o atendimento oferecido a Paulo nessa escola. O<br />

menino sentia-se pouco valorizado, pois seu potencial, além de ser alvo de zombaria<br />

por parte de professoras e colegas, não estava sendo estimulado, uma vez que as<br />

atividades propostas eram insatisfatórias para o menino, desencadeando a busca de<br />

orientação no CEDEPAH.<br />

Em 2002, Paulo entrou numa escola particular, no mesmo bairro onde a família<br />

mora, na zona norte de Porto Alegre. A Escola São Leopoldo pode ser considerada<br />

uma “escola inclusiva”. No seu Projeto Político Pedagógico está prevista a matrícula<br />

de alunos com necessidades educacionais especiais; há crianças com Síndrome de<br />

Down atendidas na escola e, segundo informação da professora Francine, suas singularidades<br />

são respeitadas, através da flexibilização curricular e adaptações nos<br />

recursos metodológicos. Entretanto, em relação ao aluno com altas habilidades/superdotação<br />

nada havia sido pensado, nem planejado. Costa, Germani e Vieira<br />

(2005) referem que esta atitude é muito comum de ser encontrada, pois, apesar do<br />

termo Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (PNEEs) abranger, no<br />

mínimo, três grupos, segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial<br />

(BRASIL, 2002), geralmente, somente o grupo das Pessoas com Deficiência é pensado<br />

como referencial para este termo. Desta forma, a cada início de ano, ou quando<br />

surgiam algumas dificuldades na relação com a professora, a equipe do CEDEPAH<br />

era chamada para assessorar a escola no que dizia respeito ao atendimento educacional<br />

de Paulo.<br />

Na primeira visita à escola, em 2002, a assistente social e eu fomos recebidas<br />

pela professora Francine. A professora do Jardim estava atenta às singularidades de<br />

Paulo, que não apareceram como dificuldades na sala de aula, pois, segundo seus<br />

relatos, ela estava acostumada a receber alunos com necessidades educacionais<br />

especiais e a trabalhar com as diferenças.<br />

Na sala de aula, Paulo é estimulado pela professora a ajudar seus colegas nas<br />

tarefas, quando ele termina antes que os outros. Também chama a atenção da docente<br />

que ele é muito detalhista e perfeccionista nas suas tarefas, sobressaindo-se,<br />

principalmente, no desenho. Este destaque é percebido até pelos colegas, que o e-<br />

legem para fazer as ilustrações dos trabalhos, quando a atividade é grupal. Cita, por<br />

exemplo, a elaboração de um livro pelos alunos, para a Feira do Livro promovida na<br />

escola.

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