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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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teresse centrar-se mais em áreas que, tradicionalmente, são consideradas acadêmicas.<br />

Segundo Renzulli (2004), Paulo utiliza um modelo de aprendizagem indutiva<br />

com pensamento divergente, caracterizado pela produção do conhecimento ou de<br />

atividades, “inventando” e aprofundando novos olhares.<br />

Vitória apresenta características em diferentes inteligências – musical, espacial,<br />

corporal-cinestésica – e pontos fortes nos domínios da matemática e das artes; no<br />

entanto, apesar de apresentar destaque nas áreas ligadas às artes, sua “produção”<br />

carece de uma interpretação própria, aproveitando pouco os estímulos de seu ambiente.<br />

Parece usar um modelo de aprendizagem dedutivo com pensamento convergente,<br />

caracterizado pelo armazenamento e acumulação do conhecimento (RENZUL-<br />

LI, 2004).<br />

Entendo que estes fatores aqui apresentados podem ser compreendidos desde<br />

dois “olhares”: enfocando a questão de gênero e a a própria estruturação dos perfis.<br />

Em relação à primeira questão – inteligência e gênero – pode-se salientar que<br />

é muito grande a influência social na diferenciação da educação de meninos e de<br />

meninas. Colmenares (1997, 2000) destaca que os meninos são ensinados a perceber,<br />

desde tenra idade, que o amor e a aprovação de suas famílias estão relacionados<br />

a uma boa realização nas tarefas propostas, enquanto que, para as meninas,<br />

a atenção oferecida pelas famílias não está relacionada ao rendimento ou ao sucesso<br />

nas tarefas, mas sim à delicadeza, compreensão e submissão, além da competência<br />

em tarefas domésticas. Dessa forma, a autora enfatiza que nossa cultura ensina<br />

as meninas de forma diferenciada, elas não aprendem a aprender, mas, sim,<br />

aprendem a perder e salienta que<br />

[...] as peculiaridades da socialização das meninas superdotadas por meio<br />

da família, escola e os meios de massa, etc, faz com que a variável sexo incida<br />

de maneira decisiva nas manifestações relacionadas com o talento e<br />

com o aproveitamento intelectual. (COLMENARES, 2000, p. 167). (Tradução<br />

minha).<br />

Tais peculiaridades estimulam o aparecimento de alguns conflitos de ordem<br />

emocional nas meninas/mulheres, segundo Colmenares (2000, 1997), que podem<br />

ser caracterizados como baixa autoestima, conflito entre o talento e a feminilidade,<br />

conflito entre o êxito acadêmico e a adaptação social, conflito entre a eleição de atividades<br />

profissionais estereotipadas e não estereotipadas, dentre outras.<br />

A partir destas contribuições, podem-se entender as diferenças marcantes a-<br />

presentadas no cenário dos dois sujeitos. Apesar da família de Vitória ter um com-

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