VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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Esta identificação não é um processo fácil. A fase pré-escolar está repleta de<br />
mudanças significativas, que diferenciam sensivelmente uma faixa da outra. Desta<br />
forma, os sinais que hoje parecem ser precoces, amanhã podem ser interpretados<br />
como típicos da idade em que o sujeito se encontra. Através da observação dessas<br />
crianças, ao longo de algum tempo, em atividades nas quais, segundo Gerson e<br />
Carracedo (1996, p.223), “[...] possam expressar-se livremente nas áreas de seus interesses,<br />
compartir experiências e concretizar seus próprios projetos [...]” 7 , é possível<br />
descobrir seus talentos e potenciais. Além disso, a observação pode revelar<br />
quais os indicadores que sinalizam a presença das altas habilidades/superdotação.<br />
Mannoni (1977) refere que temos um modelo internalizado de filho ideal. No<br />
plano da ação educacional, há estudos que destacam a existência de um modelo<br />
imaginário de aluno ideal (RANGEL, 1997; VIEIRA, 1999). Ao nos defrontarmos com<br />
uma pessoa diferente, perdemos nossos modelos referenciais de como interagir com<br />
este sujeito. Tenho observado em minha prática que pais e professores perdem seu<br />
modelo referencial diante da criança com altas habilidades/superdotação, assim como<br />
com a criança com deficiência. Tanto uma como a outra, apresentam comportamentos<br />
que estão fora do padrão esperado para aquela faixa etária.<br />
Portanto, considerando tudo o que foi exposto até aqui, minha proposta de estudo<br />
é o entendimento dos processos que fundamentam os comportamentos de superdotação,<br />
conforme a denominação de Renzulli (1988). Procurarei, a seguir, caracterizar<br />
brevemente os desafios contemporâneos evidenciados na identificação<br />
das altas habilidades/superdotação no meu espaço de trabalho, o qual se constituiu<br />
no cenário onde o estudo se desenvolveu.<br />
O CONTEXTO E SEUS DESAFIOS<br />
Como já foi referido, a FADERS é a instituição responsável pela coordenação,<br />
desenvolvimento e articulação das políticas públicas para as pessoas com Deficiências<br />
e as pessoas com Altas Habilidades, no Rio Grande do Sul. Suas competências<br />
abrangem três áreas: atendimento direto, capacitação e pesquisa. Através destas<br />
competências, a Fundação deve estabelecer os mecanismos e os instrumentos legais<br />
ou operacionais que garantam o pleno exercício dos direitos básicos de sua população<br />
alvo. Para operacionalização destas ações, foram criados grupos de trabalhos<br />
em cinco áreas: Saúde; Educação, Trabalho e Geração de Renda, Integração e<br />
7 Tradução minha.