VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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que este dado isolado não significa que a criança apresente altas habilidades/superdotação,<br />
apesar da mobilização e das expectativas que esta aquisição<br />
gera no imaginário da família.<br />
Considerando esta realidade, que fatores determinam que uma criança se interesse<br />
por dominar a leitura antes da entrada na escola? A resposta para esta questão<br />
é encontrada no estudo de Ferreiro e Teberosky (1985), que demonstraram que<br />
todas as crianças apresentam hipóteses em relação à lecto-escritura. Portanto,<br />
se todas as crianças fazem hipóteses sobre a leitura e a escrita, porque algumas lêem<br />
mais cedo que outras? Existem destrezas específicas nos leitores precoces?<br />
Jackson (1992) ressalta que este grupo é muito heterogêneo, pois algumas crianças<br />
podem ser ótimas na compreensão de textos, apreendendo as palavras que o contexto<br />
lhes oferece com mais facilidade. Outras crianças são excelentes decodificadoras<br />
do texto, extraindo-lhe os sentidos, sem maiores dificuldades. Alguns indicadores<br />
comuns, entretanto, são encontrados em todas as crianças que lêem antes do tempo,<br />
segundo a autora:<br />
a) os leitores precoces têm maior habilidade na utilização do contexto, para a<br />
fluente identificação e compreensão das palavras desconhecidas (nível semântico); e<br />
b) têm maior facilidade para usar estas informações considerando as palavras<br />
isoladas e o sentido que elas adquirem no texto (nível pragmático).<br />
Este grande interesse pelos níveis semântico e pragmático da linguagem, geralmente,<br />
é traduzido pelo grande desejo de ler e pelo questionamento dos significados<br />
das palavras. É comum ouvir os relatos dos pais, no sentido de que estas crianças<br />
estão sempre com um livro na mão, questionando freqüentemente o sentido das<br />
palavras desconhecidas, atraindo-as, principalmente, aquelas estranhas ao seu<br />
meio ambiente. Perleth et al (1993) enfatizam dois fatores que impulsionam à leitura<br />
precoce. O primeiro deles é o meio ambiente favorecedor ao aparecimento da leitura<br />
nas crianças mais jovens; nenhuma criança lê por si mesma, mas ela está sujeita<br />
aos estímulos do ambiente que a incentivam com jogos de alfabeto, programas educativos<br />
na televisão, leitura de histórias pelos adultos, dentre outros. O segundo aspecto<br />
destacado por Perleth et al (1993) diz respeito aos fatores de personalidade,<br />
destacando alguns afetivos, como a motivação para aprender o alfabeto e o reconhecimento<br />
de que a leitura/escrita cumpre um objetivo em seu meio ambiente, e outros<br />
cognitivos, tais como a capacidade verbal, a velocidade para nomear as letras,<br />
percepção e memória para pequenos termos.