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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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enriquece consideravelmente a compreensão dos procedimentos de ensino e a-<br />

prendizagem para/destes sujeitos, pois evidencia a importância de se focalizar o<br />

processo como um todo e não somente o produto final. Portanto, estou levantando a<br />

hipótese de que os perfis não estão ligados ao rendimento do sujeito, mas sim às<br />

suas capacidades e domínios. Infelizmente, não tenho dados suficientes para poder<br />

compreender esta relação, neste estudo, mas, com certeza, é um desafio para próximas<br />

investigações.<br />

Muito embora os perfis tenham sido apresentados de forma separada, dois<br />

pontos merecem ênfase. O primeiro é que não há perfis “puros” ou seja, é necessário<br />

que estas características sejam entendidas não pelo seu somatório, mas, sim,<br />

como afirmam Costa, Sánchez e Martínez (1997), pela articulação sistêmica como<br />

estas capacidades interagem entre si e com seu ambiente. Esta compreensão remete<br />

ao (re)conhecimento da singularidade – afetiva, cognitiva e psicomotora - de cada<br />

criança, que pode e deve ser estimulada por um ambiente educacional rico em atividades<br />

e materiais adequados ao seu estilo de aprender.<br />

Assim, resta ainda analisar o papel e a influência da escola na identificação e<br />

atendimento das altas habilidades/superdotação. Ao relatar as histórias de Paulo e<br />

de Vitória, três aspectos chamaram a atenção, no que se refere à avaliação dos(as)<br />

seus professores(as): a questão da conversa na sala de aula, por parte de Paulo, a<br />

“invisibilidade” do potencial de Vitória e a discrepância do olhar entre os(as) docentes.<br />

Tais fatores evidenciam que a inclusão destes alunos na “educação regular” ainda está<br />

longe de ser efetivada e que somente a matrícula nas “escolas comuns” não garante<br />

o desencadeamento deste processo. Portanto, faz-se necessária a análise de cada<br />

um destes pontos, como forma de enriquecer a compreensão dos mesmos.<br />

Em relação ao primeiro aspecto - conversa na sala de aula -, Vasquez e Martinez<br />

(1991) destacam sua importância entre as crianças no processo de socialização.<br />

Fazendo uma distinção entre as interações verticais – estabelecidas entre os(as) a-<br />

lunos(as) e o(a) professor(a) – e as horizontais – feita entre as crianças -, as autoras<br />

assinalam que as primeiras são públicas, ritualizadas e generalistas, enquanto que<br />

as segundas, têm um caráter privado, com rituais menos formalizados e com parceria,<br />

pois geralmente são efetuadas em duplas. Apesar destas diferenças, as interações<br />

horizontais necessitam da presença do(a) professor(a) para se estabelecerem.<br />

Os achados de Vasquez e Martinez (1991) têm grande importância no que se refere<br />

à inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, pois é através<br />

dessa “socialização invisível” que os alunos estabelecem parcerias e cumplicidades

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