VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
180<br />
enriquece consideravelmente a compreensão dos procedimentos de ensino e a-<br />
prendizagem para/destes sujeitos, pois evidencia a importância de se focalizar o<br />
processo como um todo e não somente o produto final. Portanto, estou levantando a<br />
hipótese de que os perfis não estão ligados ao rendimento do sujeito, mas sim às<br />
suas capacidades e domínios. Infelizmente, não tenho dados suficientes para poder<br />
compreender esta relação, neste estudo, mas, com certeza, é um desafio para próximas<br />
investigações.<br />
Muito embora os perfis tenham sido apresentados de forma separada, dois<br />
pontos merecem ênfase. O primeiro é que não há perfis “puros” ou seja, é necessário<br />
que estas características sejam entendidas não pelo seu somatório, mas, sim,<br />
como afirmam Costa, Sánchez e Martínez (1997), pela articulação sistêmica como<br />
estas capacidades interagem entre si e com seu ambiente. Esta compreensão remete<br />
ao (re)conhecimento da singularidade – afetiva, cognitiva e psicomotora - de cada<br />
criança, que pode e deve ser estimulada por um ambiente educacional rico em atividades<br />
e materiais adequados ao seu estilo de aprender.<br />
Assim, resta ainda analisar o papel e a influência da escola na identificação e<br />
atendimento das altas habilidades/superdotação. Ao relatar as histórias de Paulo e<br />
de Vitória, três aspectos chamaram a atenção, no que se refere à avaliação dos(as)<br />
seus professores(as): a questão da conversa na sala de aula, por parte de Paulo, a<br />
“invisibilidade” do potencial de Vitória e a discrepância do olhar entre os(as) docentes.<br />
Tais fatores evidenciam que a inclusão destes alunos na “educação regular” ainda está<br />
longe de ser efetivada e que somente a matrícula nas “escolas comuns” não garante<br />
o desencadeamento deste processo. Portanto, faz-se necessária a análise de cada<br />
um destes pontos, como forma de enriquecer a compreensão dos mesmos.<br />
Em relação ao primeiro aspecto - conversa na sala de aula -, Vasquez e Martinez<br />
(1991) destacam sua importância entre as crianças no processo de socialização.<br />
Fazendo uma distinção entre as interações verticais – estabelecidas entre os(as) a-<br />
lunos(as) e o(a) professor(a) – e as horizontais – feita entre as crianças -, as autoras<br />
assinalam que as primeiras são públicas, ritualizadas e generalistas, enquanto que<br />
as segundas, têm um caráter privado, com rituais menos formalizados e com parceria,<br />
pois geralmente são efetuadas em duplas. Apesar destas diferenças, as interações<br />
horizontais necessitam da presença do(a) professor(a) para se estabelecerem.<br />
Os achados de Vasquez e Martinez (1991) têm grande importância no que se refere<br />
à inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, pois é através<br />
dessa “socialização invisível” que os alunos estabelecem parcerias e cumplicidades