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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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Na análise relativa a Paulo, o domínio das Ciências se manifesta pelo grande<br />

interesse pelos animais e, dentro desta classe, especificamente pelos insetos. Como<br />

todas as demais crianças, o menino manifestou seu interesse de diferentes maneiras:<br />

pesquisando, na Internet ou em livros e revistas, sobre os diferentes tipos de insetos;<br />

buscando saber como eles crescem e se desenvolvem; onde habitam e como<br />

vivem. Cabe destacar que, apesar de Paulo buscar um aprofundamento nessa área<br />

de interesse, foi possível observar que o menino aproveitava de forma significativa<br />

todos os estímulos que o meio ambiente lhe oferecia e os transformava em suas á-<br />

reas de interesse. Em outras palavras, além de aprofundar o conhecimento na área<br />

que lhe interessava, ele também enriquecia esse saber, agregando outros – como<br />

no caso de Mojave-Óki –, ampliando de forma significativa essa área.<br />

Pela análise da dimensão verbal, dois aspectos chamam a atenção nesta unidade<br />

de análise: o interesse e o conhecimento sobre a natureza e o uso do nível<br />

semântico e pragmático da linguagem. Em relação ao primeiro aspecto, Paulo evidenciou<br />

habilidades observacionais, ao mostrar interesse específico por um grupo<br />

de animais - “os insetos”-; além disso, demonstrou conhecimento sobre a função da<br />

lente – “para aumentar” o que se quer conhecer. Paulo gerou expectativa em relação<br />

à investigação dos insetos com a lente, deixando claro, porém, que nunca pegou<br />

nenhum deles. Esta afirmação do menino evidencia um comportamento muito comum<br />

às crianças com altas habilidades/superdotação: elas, na sua maioria, dominam<br />

o conhecimento dos objetos, no mundo teórico; mas, no mundo prático, não<br />

têm o mesmo domínio e nível de experiência.<br />

Em relação ao segundo aspecto - o uso do nível semântico e pragmático da<br />

linguagem -, pode-se observar que Paulo, ao dizer que empresta o binóculo se ele<br />

quiser, está se antecipando a uma solicitação que ainda não foi feita, mas que poderá<br />

sê-lo. Paulo entende as relações entre os conceitos de “usar o material” e “possuir<br />

o material”, diferenciando, desta forma, o que “é dele” e que “é meu”. Ao anteciparse,<br />

mostrando esta relação, Paulo evidencia o sentimento de posse da lente. Segundo<br />

Flavell, Miller e Miller (1999) esta ação significa que a criança está entendendo<br />

a relação possuidor-possuído, construindo, desta forma, uma<br />

[...] classe geral das coisas que podem ser possuidores e outra de coisa que<br />

podem ser possuídas, sabe algo sobre quais membros de uma classe combinam<br />

com quais membros de outra, e sabe como ligar as classes na linguagem.<br />

(FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999, p.237).

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