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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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Muito embora o foco da atenção dos dois autores seja diferente - o tema central<br />

dos estudos de Renzulli é o rendimento, enquanto que o de Gardner relacionase<br />

às capacidades - pode-se entender que existem pontos convergentes. O principal<br />

deles, a meu juízo, se refere ao entendimento de que a inteligência pode manifestar-se<br />

de diferentes formas. Tanto Gardner (1994a) quanto Renzulli (2000)<br />

entendem que a inteligência não é um conceito unitário, mas que se constitui da vários<br />

fatores que caracterizam diferentes tipos de inteligência. Por este motivo, não há<br />

um conceito único que defina um tema tão complexo quanto o da inteligência.<br />

Um outro fator importante e que indica a relação entre os dois autores diz respeito<br />

aos fatores constituintes da inteligência e das altas habilidades/superdotação.<br />

Apesar de Gardner (2000) poder ser visto como um “inatista”, pois ele, em<br />

sua definição, destaca o componente biológico e evoca a hereditariedade das inteligências,<br />

cabe destacar que o autor também enfatiza a possibilidade de desenvolvimento<br />

destas capacidades, na medida em que elas são percebidas como um potencial<br />

influenciado pelo ambiente e pela cultura em que o sujeito vive. Gardner (2000,<br />

p.111), ao enfatizar a “[...] interação constante e dinâmica, desde o momento da<br />

concepção, entre os fatores genéticos e ambientais”, neutraliza uma concepção de<br />

inteligência que permanece inalterável do nascimento até a morte.<br />

Com abordagem semelhante, Renzulli (1988, 2004) ressalta que os três traços<br />

que constituem os comportamentos de superdotação são potenciais trazidos hereditariamente<br />

pelo sujeito e sustentados pelos fatores de personalidade, afetivos e sociais,<br />

representados pelo apoio da família, dos colegas, da escola, da sociedade.<br />

Um outro ponto a ser destacado nas duas teorias é a própria conceituação<br />

das altas habilidades/superdotação. Renzulli (1988) destaca que esta pessoa<br />

mostra os comportamentos de superdotação, num determinado momento e sob determinadas<br />

circunstâncias. Com este conceito, o autor combate a idéia de ser/ter ou<br />

não ser/não ter superdotação, descomprometendo o sujeito de ter um desempenho<br />

superior em todas as áreas do desenvolvimento humano. Da mesma forma,<br />

Gardner (2000), defende uma posição de que as inteligências não são visíveis nem<br />

mensuráveis, pois ao serem entendidas como potenciais neurais, localizadas em determinadas<br />

regiões do cérebro e que podem ser ativados ou não pelas influências da<br />

cultura em que o sujeito vive, justifica o entendimento de que as altas habilidades/superdotação<br />

acontecem em um ou alguns domínios, não em todos.

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