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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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dades/superdotação, mostrava claramente os pontos fortes e os pontos fracos de<br />

Paulo. Tanto os pais quanto Paulo permitiram que suas imagens fossem divulgadas.<br />

Os pais relataram, também, nessa entrevista, que Paulo, sem o conhecimento<br />

deles, realizou um vídeo de si próprio. Nesse vídeo, segundo informações do pai,<br />

Paulo faz coisas incríveis: revela as coisas que mais lhe agradam, conta piadas, faz<br />

brincadeiras com comerciais, dentre outras coisas.<br />

Nesse encontro pude perceber, também, que nosso trabalho havia sido de<br />

grande importância para Paulo, conforme o próprio menino vinha avaliando nas últimas<br />

sessões, e que o desligamento precisaria ser feito à medida que o menino me<br />

mostrasse sua aceitação. Apesar de não ter um objetivo terapêutico, a situação lúdica<br />

propiciou a externalização de seus conflitos e de seus questionamentos. Dessa<br />

maneira, marcamos mais um atendimento, para que a “despedida” fosse melhor trabalhada.<br />

Apesar de ter uma caracterização diferenciada dos demais encontros – trabalhar<br />

a despedida desse acompanhamento sistemático, pois Paulo e sua família<br />

sabiam que poderiam retornar ao Centro no momento em que eles necessitassem –,<br />

a freqüência mensal desse último foi mantida.<br />

No dia marcado, Paulo trouxe um livro que falava de todos os países do mundo<br />

e suas características próprias: bandeiras, línguas, moedas, dentre outros. Como até<br />

então Paulo não havia trazido material seu para a sessão, perguntei-lhe se ele queria<br />

que trabalhássemos algo no livro. Ele respondeu-me: “só trouxe para ler, caso eu<br />

me enfadasse”. Nessa ocasião, Paulo não quis “brincar”, sentou-se na cadeira, cruzou<br />

as pernas e começou a conversar sobre as produções que a mãe havia trazido<br />

com a permissão dele. Conversamos sobre a “Production Iceberg”, uma produtora<br />

de filme que ele criou, e que, naquele momento, era outro dos interesses do menino.<br />

Relatou-me a ajuda que estava tendo de dois amigos e os percalços que tiveram<br />

nessa atividade, conforme o material encontrado no Anexo K. Depois Paulo me propôs<br />

que fizéssemos um trabalho: cada um de nós desenharia uma bandeira e, depois,<br />

juntaríamos essa bandeira numa só. Esta produção conjunta está no Portfólio<br />

do menino (Anexo K). Entendi que, com essa proposta, Paulo estava tentando elaborar<br />

sua despedida e, ao mesmo tempo, estava mostrando, para si próprio e para<br />

mim, que em cada separação sempre fica algo comum. Quando terminamos a tarefa,<br />

Paulo perguntou-me se poderia levar sua bandeira. Sugeri, então, que ele levasse<br />

todas elas - a minha, a dele e a nossa. Paulo sorriu, feliz, e aceitou minha sugestão.

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