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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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Pela análise da dimensão visual, pode-se observar que Vitória, apesar de não<br />

pronunciar uma só palavra durante toda a atividade, está muito motivada em usar o<br />

Pense-Bem. Após minha explicação, a menina passa a experimentar o brinquedo,<br />

tentando tirar alguns sons do mesmo.<br />

Merece destaque nesta estrutura narrativa a postura das mãos de Vitória, para<br />

utilizar o pequeno teclado do Pense Bem, colocando os dedinhos na posição correspondente<br />

a cada nota musical. Cabe aqui salientar a situação trazida pela mãe em<br />

relação ao aprendizado das oitavas e a dificuldade que a professora de música está<br />

tendo para achar uma forma que contemple a necessidade da música e a capacidade<br />

motora de Vitória. Enfatizo essa questão como forma de mostrar que a flexibilização<br />

curricular e as adaptações nas metodologias de ensinar devem estar presentes<br />

em todas as situações e não somente nas aprendizagens escolares. Exemplo desta<br />

minha afirmação é a professora de música de Vitória, que está buscando uma adaptação<br />

ao seu método de ensinar música que possibilite à menina exercitar as oitavas.<br />

Quando por mim estimulada a tocar uma música de memória, Vitória evidencia<br />

o que Beyer (1999) denominou de imagem aural, evocando simbolicamente a música,<br />

sem necessitar da partitura, apresentando dessa maneira boa memória para reproduzir<br />

as propriedades musicais. É interessante destacar aqui que Vitória não a-<br />

presenta um comportamento correspondente às representações do nosso imaginário<br />

em relação a alguém que goste de música. A menina manteve-se sempre retraída,<br />

falando muito pouco, sorrindo algumas vezes. Com exceção das vezes em que utilizou<br />

o tambor e o Pense Bem, em nenhuma outra situação seu comportamento evidenciou<br />

o interesse musical. Cabe também salientar que, em conversa informal com<br />

outra representante da Coordenadoria Regional de Educação da cidade onde a menina<br />

reside, esta relatou que como é professora de música, foi procurada pela mãe<br />

de Vitória para ministrar aulas de música para a menina. Ao ser informada por essa<br />

professora que seu método de trabalho não era o tradicional e que ela valorizava<br />

muito a criatividade da criança, a família optou por buscar outro recurso, na cidade<br />

vizinha uruguaia. Esta professora de música acrescentou, ainda, que o método uruguaio<br />

é bastante tradicional e rígido e que, na opinião dela, Vitória teria condições de<br />

desenvolver-se muito mais, com um método flexível.<br />

Na filmagem feita na casa da menina, entregue pela mãe como forma de “enriquecer”<br />

os dados da identificação, aparecem diversas cenas de Vitória em seu cotidiano,<br />

e, dentre elas, está a aula de música com a professora uruguaia. Destacam-

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