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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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outros filhos, ou às demais crianças que eles conhecem, pois fazem atividades ou<br />

mostram interesses e comportamentos mais avançados para sua idade. O sentimento<br />

que estes pais relatam, nestes momentos, é de completa ignorância de como proceder<br />

perante estes filhos: se estimulam estes potenciais, ou se abafam; se permitem<br />

que eles façam tudo o que desejam, ou se os limitam; se propõem as mesmas<br />

coisas que propuseram para os outros filhos, ou se devem oferecer “atividades especiais”<br />

para eles; se os colocam nas mesmas escolas que os outros filhos freqüentaram,<br />

ou se existe uma escola especial para eles. Estas incertezas são traduções<br />

da ambivalência gerada pela confrontação entre o filho “real” e a representação do<br />

filho “imaginário” internalizado por eles. O mesmo sentimento de impotência e culpa<br />

que eu ouvia nos relatos dos pais dos bebês com deficiência, também é percebido<br />

nas famílias das crianças com altas habilidades/superdotação. Somente a forma<br />

com que estes sentimentos se apresentam é diferente e é externalizado através do<br />

medo de não oferecerem os estímulos necessários e adequados para o desenvolvimento<br />

de seus filhos, falhando, assim, na missão de educar.<br />

A importância de tais demandas, em faixa etária tão precoce, somada à impossibilidade<br />

do CEDEPAH de atender integralmente às necessidades da clientela que<br />

procura a FADERS, fez que a Equipe Técnica, através da assistente social Larice<br />

Germani, propusesse o atendimento mensal a essas famílias, com o objetivo de orientá-las<br />

no processo educacional de seus filhos, bem como acompanhar o desenvolvimento<br />

dessas crianças. Esta intenção inicial originou a construção deste estudo,<br />

uma vez que o CEDEPAH não havia, ainda, sistematizado o atendimento nessa faixa<br />

etária. Empenhei-me, desta forma, na investigação de uma proposta de identificação<br />

das altas habilidades/superdotação em crianças na faixa etária de quatro a<br />

seis anos, contando com a ajuda da referida colega e baseando-me nos pressupostos<br />

teóricos que norteiam nosso trabalho no Centro.<br />

No momento da qualificação do Projeto que ampara esta investigação, muitos<br />

pontos foram aclarados a partir da intervenção da banca, outros tantos foram apresentados<br />

como questões provocativas na busca de novos conceitos que abordassem<br />

a identidade das pessoas com altas habilidades/superdotação. Era minha intenção<br />

ir além da simples apresentação dos comportamentos com indicadores de altas<br />

habilidades/ superdotação. Eu queria entender os processos constitutivos destes<br />

sujeitos... Eu queria compreender os fatores que me faziam estabelecer esta diferença<br />

entre duas crianças, percebendo, em uma, os indicadores de altas habilidades/superdotação,<br />

e em outra, não! Assim, durante algum tempo, fiquei sem saber<br />

ao certo qual a trajetória a seguir, diante do rico material coletado.

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