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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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A relação com o adulto, segundo Bee (1997), é caracterizada pelo envolvimento<br />

com pessoas que têm maior poder ou conhecimento social que a criança, assim<br />

como, por exemplo: os pais, os avós, os professores, dentre outras. É através dela<br />

que a criança constrói seus modelos internos básicos e desenvolve suas habilidades<br />

sociais mais elementares e fundamentais. A autora também assinala a importância<br />

da relação construída entre os pares, que se caracteriza pelas ações recíprocas e<br />

igualitárias no poder social, contribuindo para o exercício de valores como companheirismo,<br />

cooperação, cumplicidade, competição, etc.<br />

Qualquer ação que envolva o conhecimento social, segundo Flavell, Miller e<br />

Miller (1999), deve apresentar os seguintes pré-requisitos: a existência, a inferência<br />

e a necessidade. O primeiro fator – a existência – diz respeito ao conhecimento básico<br />

de que os fenômenos sociais existem como uma das possibilidades da vida, assim,<br />

“[...] não pode haver quase nenhum pensamento sobre fenômenos sóciocognitivos<br />

se tais fenômenos ainda não foram representados pelo pensador” (FLA-<br />

VELL; MILLER; MILLER, 1999, p. 147). O segundo requisito é a necessidade, e se refere<br />

à nossa disponibilidade para buscar uma ação social, ou seja, para determinar<br />

“[...] quando e porque podemos e devemos tentar fazer leituras [dos] objetos [sociais]”<br />

(IBID, 1999, p. 147). Registramos a existência de uma ação social, porque ela<br />

nos foi transmitida culturalmente; entretanto, a necessidade que nos impele a agir<br />

socialmente é pessoal, podendo gerar algum conflito, pois nem sempre há uma relação<br />

direta e determinada entre os dois fatores. Explicando melhor, uma criança a-<br />

prende, desde muito cedo, que não deve expressar determinadas emoções, que não<br />

são aceitas socialmente, em determinadas situações sociais. Mas, ao mesmo tempo,<br />

ela reconhece que essas emoções estão presentes. Assim, a emoção sentida e a<br />

propriamente aceita pela sociedade entram em contradição. Daí se justifica a importância<br />

de que a cognição social e, mais especificamente, as “emoções sociais”, sejam<br />

negociadas entre os sujeitos. Elas não devem ser somente repassadas como<br />

dogmas, pois<br />

[...] a maneira como as emoções são faladas no início do desenvolvimento<br />

tem um impacto na compreensão que o indivíduo tem delas e no modo como<br />

elas são integradas em seu autoconceito, conceito de gênero e comportamento<br />

interpessoal (FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999, p. 162).<br />

O último fator é a inferência, que se refere “[...] à habilidade ou capacidade de<br />

executar com sucesso uma dada forma de pensamento social” (FLAVELL; MILLER; MIL-<br />

LER, 1999, p. 147). Portanto, é o desenvolvimento das habilidades cognitivas que<br />

nos permite determinar como fazer essas leituras.

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