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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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do outro, formando uma pirâmide e recomeçar tantas vezes quantas sejam necessárias,<br />

considerando seu interesse. Vale destacar que nesta situação, era de se esperar<br />

que Vitória buscasse formas alternativas de executar a atividade. No entanto, nas<br />

diversas vezes em que usou o brinquedo, ela se ateve a retirar os bonecos de dentro<br />

da caixa e empilhá-los nas barras fixadas na entrada dela. Esta opção tornava a<br />

tarefa mais difícil e desafiante, pois bastava um leve toque na caixa para que todos<br />

os bonecos se despencassem e fosse necessário recomeçar a ação. A repetição<br />

desta ação reitera o que Almeida e Mettrau (1995) referem em relação à essência do<br />

brincar, que não consiste em “[...] um fazer como se, mas um fazer sempre de novo”<br />

[Grifos dos autores].<br />

Pela análise da dimensão visual, observa-se que Vitória demonstra conhecimento<br />

e planejamento na execução da tarefa, recomendando para Geraldo:<br />

Não pode mexer assim. Não pode mexer, senão cai tudo.<br />

Esta verbalização evidencia um aspecto importante, pois ao mesmo tempo que<br />

Vitória limita a ação do companheiro de grupo, ela explica porque ele não deve mexer<br />

no brinquedo. Esta intervenção verbal de Vitória, de certa forma, contrastou com<br />

seu comportamento geral, que demonstrava certo isolamento do grupo. No entanto,<br />

sempre que era solicitada ou pressionada por alguma atividade ou colega, a menina<br />

respondia de forma participativa e firmemente à solicitação feita. Também se pode<br />

observar planejamento, conhecimento, antecipação e firmeza na realização da atividade.<br />

Muito mais do que pela linguagem oral, Vitória demonstra, pela linguagem corporal<br />

e mímica, uma atitude reflexiva na solução dos problemas oferecidos pelo<br />

brinquedo: balança negativamente a cabeça, morde a língua, cerra a sobrancelha,<br />

olha fixamente para o brinquedo, com grande atenção. Dessa forma, pode-se observar<br />

que a menina conversa pouco enquanto trabalha, mas suas expressões faciais<br />

e corporais “falam” muito mais que suas palavras.<br />

A Tabela 5 mostra a Estrutura Narrativa A6 (EN-A6) e oferece subsídios para a<br />

análise do estilo de trabalho de Paulo, que escolheu os animais não domésticos<br />

dentre todos os outros brinquedos oferecidos na sala e permaneceu com eles durante<br />

toda a atividade do grupo. O comportamento de Paulo, tal qual o de Vitória, diferenciou-se<br />

significativamente dos procedimentos apresentados pelos demais colegas.<br />

Saul e Roberto se interessaram, inicialmente, pelos mesmos animais. Entretanto,<br />

este interesse durou pouco tempo, e, logo, eles dirigem-se aos Legos.

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