VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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que lhes permitem uma melhor adaptação às normas de funcionamento da escola.<br />
Vasquez e Martinez (1991, p. 36) destacam a hipótese de que “[...] estas interações<br />
incidem no interesse que as crianças sentem pela escola (e em extensão pela a-<br />
prendizagem das matérias escolares)” 28 . As autoras afirmam que é pelas relações<br />
horizontais que os alunos aprendem os códigos de relação social que aparentemente<br />
são desconhecidos pela instituição escolar como as gírias sucessivas, as relações<br />
implícitas estabelecidas pelo grupo, as relações de poder e as normas de cortesia.<br />
Os(as) alunos(as) com necessidades educacionais especiais estão mais fragilizados<br />
e, segundo as autoras, “[...] é através das relações horizontais que estas crianças<br />
podem afirmar sua integração social na escola e por extensão na sociedade” (VAS-<br />
QUEZ; MARTINEZ, 1991, p. 35).<br />
O segundo fator que chamou a atenção - a questão da “invisibilidade” do aluno<br />
com altas habilidades/superdotação – é destacado por Pérez (2002, apud PÉREZ,<br />
2003, p. 248) quando ressalta fatores importantes a serem considerados ao se falar<br />
na inclusão dos alunos com altas habilidades/superdotação nas escolas comuns:<br />
Enquanto os educadores e a sociedade, como um todo, não forem capazes<br />
de diferenciar mitos de realidade, enquanto estes alunos não saírem da invisibilidade<br />
e não forem distinguidas as suas necessidades, enquanto os<br />
dispositivos que visam a constituir políticas educacionais continuarem apenas<br />
‘falando’ deste aluno como alvo da inclusão sem ‘pensar’ em estratégias<br />
reais de inclusão, enquanto não lhe for ‘permitido’ a este aluno se autoreconhecer<br />
e se aceitar como diferente, enquanto não aumentar a produção<br />
científica e os pesquisadores na área de altas habilidades, a inclusão não<br />
será possível.<br />
De acordo com as palavras da autora, muitas são as condições que terão que<br />
ser vencidas para que se possa falar de inclusão escolar destes alunos, porém, destaco<br />
a questão do “olhar”. A visibilidade que se reivindica para este aluno está diretamente<br />
relacionada ao respeito e ao reconhecimento de seus potenciais e de suas<br />
limitações, bem como ao oferecimento de oportunidades educacionais que visem ao<br />
desenvolvimento tanto de seus pontos fortes quanto daqueles que necessitam de<br />
estímulo.<br />
O terceiro fator que chamou a atenção na análise da avaliação das professoras<br />
foi a discrepância entre suas percepções sobre Paulo e Vitória. Tal fato fortalece<br />
as conclusões obtidas em meu estudo sobre a relação professora-aluno com altas<br />
habilidades/superdotação, quando destaco que:<br />
[...] é prioritário que a professora se conscientize de que cada aluno desperta<br />
nela sentimentos diferentes e que se faz necessário aprender a lidar com<br />
esta gama de sensações. Faz parte do trabalho do professor uma compre-<br />
28 Tradução minha.