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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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56<br />

A construção da noção de espaço na infância não se constitui em uma tarefa<br />

fácil. Piaget e Inhelder (1948/1993, p. 15), após muitas investigações, concluíram<br />

que<br />

[...] antes de qualquer organização projetiva e, mesmo, euclidiana do espaço<br />

a criança começa por construir e utilizar certas relações elementares,<br />

como a vizinhança e a separação, a ordem, o envolvimento e o contínuo,<br />

correspondendo à noção que os geômetras chamam ‘topológicas’[...]<br />

Essa representação elementar, ativa, motora e operatória do espaço infantil<br />

pode ser analisada através de dois planos, observados no desenvolvimento de todas<br />

as crianças, e que são anteriores a qualquer organização projetiva ou euclidiana do<br />

espaço:<br />

a) o plano perceptivo estereognóstico, representado pelo reconhecimento das<br />

formas dos diferentes sólidos através do toque, sem que esses objetos possam ser<br />

reconhecidos visualmente; e<br />

b) o plano representativo, onde o espaço é reconstruído a partir das noções<br />

mais elementares e intuitivas - como a relação de vizinhança, de ordem, de separação,<br />

dentre outras - e aplicado/representado através de figuras projetivas e métricas<br />

superiores.<br />

Piaget e Inhelder (1948/1993, p. 53) destacam a importância da atividade motora<br />

e da experimentação perceptiva – principalmente a visomotora – na formação da<br />

noção de espaço na criança e, ao afirmar que “[...] a construção do espaço começa<br />

no plano perceptivo, [e que] ela prossegue no terreno da representação [...]”, os autores<br />

enfatizam a importância da compreensão da passagem de um plano ao outro.<br />

Relacionam a construção da noção de espaço com os estágios do desenvolvimento<br />

cognitivo, mostrando que, ao final do período sensório-motor, as crianças experimentam<br />

manualmente os objetos, sem muita variedade na exploração dos mesmos.<br />

Cabe destacar, aqui, duas aquisições importantes desse período e que contribuem<br />

significativamente para as bases da noção espacial: a conservação dos objetos e a<br />

imitação diferida (PIAGET, 1975a, 1975b). Estas duas competências representam a<br />

internalização dos objetos que continuam existindo para a criança, apesar de seu<br />

contexto temporal e espacial.<br />

No período intuitivo, a atividade perceptiva se afirma, passando por explorações<br />

globais, sem sistemas nem hipóteses, chegando na “[..] análise completa, com<br />

transposições, antecipações, [...] mas sem síntese metódica” (PIAGET e INHELDER,<br />

1948/1993, p.55). Somente no nível das operações concretas é observada “[...] a

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