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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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tual. A autora enfatiza que, no imaginário popular, há uma cisão entre as pessoas<br />

que fazem música e as que sabem música, contribuindo para que a música não seja<br />

reconhecida como um campo de conhecimento. Assim, o grande potencial criativo e<br />

musical do povo brasileiro é reconhecido, mas este potencial, geralmente, é entendido<br />

como algo ligado ao divertimento, ao prazer, ao dom, à intuição. Ainda é pouco<br />

desenvolvido em nossas escolas, segundo Beyer (1999), o espaço da música como<br />

conhecimento; por sua vez o currículo escolar pouco ou nada enfatiza o desenvolvimento<br />

deste conhecimento e das habilidades musicais, valorizando o desenvolvimento<br />

da teoria, da reflexão, da apreciação e análise do discurso musical.<br />

A importância da educação musical é destacada por Beyer (1999), ao valorizar<br />

a necessidade de uma vivência musical direta, “[...] uma vez que a representação<br />

mental da música deve nascer do fazer musical” (BEYER, 1999, p. 7). Da mesma forma<br />

que a função semiótica se desenvolve no indivíduo – primeiro através das ações<br />

motora e esquemas mentais, e, posteriormente, pelas imagens mentais -, a música<br />

também segue esta trajetória. O saber sensorial ou motor pode ser entendido, segundo<br />

Beyer (1999), pelo ouvir música, dançar, bater palmas, dentre outras atividades.<br />

Logo que a música pára de tocar, entretanto, acontecem dois fenômenos: ou a<br />

música deixa de existir para a criança, ou ela está impossibilitada de trazê-la novamente<br />

à baila. Como a música é uma sucessão simultânea de sons e de tons, segundo<br />

Beyer (1999, p, 16), “[...] eles ´deixam de existir´ tão logo tenham cessado sua<br />

vibração. [...] A música é um fenômeno passageiro e em movimento constante”. Portanto,<br />

a representação mental é um requisito para a atividade musical. As imagens<br />

formadas a partir da audição musical e que permitem às pessoas evocar, simbolicamente,<br />

a musica ausente chamam-se, segundo Beyer (1999), imagens aurais.<br />

Salientando a diferença de organização dos sentidos entre as estruturas lingüísticas<br />

e as musicais, pois as primeiras partem dos fonemas (particular) para a<br />

frase (geral), enquanto que “[...] a música privilegia a organização de totalidades e,<br />

para se gerar um significado, parte-se do todo para as pequenas unidades”, Beyer<br />

(1999, p.17/18) recomenda a inserção da educação musical nas escolas. Tal recomendação<br />

justifica-se na estimulação de outros aspectos não valorizados pelas disciplinas<br />

acadêmicas, pois, segundo a autora, a música exige daquele que dela se<br />

ocupa uma maior flexibilidade de interpretação, de criação e de execução.<br />

Para Lazzarin (1999), o pensamento musical pode ser entendido através de<br />

uma analogia com a linguagem. Este autor refere que existem duas formas para que<br />

os sujeitos adquiram o pensamento musical:

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