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VIAGEM A “MOJAVE-ÓKI!” - Faders

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Início, então, pelo marco principal desta trajetória: minha família. Nasci em uma<br />

família de classe média. A mãe cumpria seu papel de gerenciamento do lar e o pai, o<br />

de provedor, a partir de atividades profissionais ligadas a funções administrativas em<br />

jornais. Neste cenário, meu irmão e eu fomos crescendo, tendo todo o apoio, carinho<br />

e satisfação de nossas necessidades e anseios. Esta educação tradicional favoreceu<br />

a união desse pequeno grupo familiar, comandado pela figura paterna e amparado<br />

pela materna. De minha infância e adolescência, tenho vivos na lembrança muitos<br />

momentos agradáveis, associados à estreita convivência familiar, não só junto<br />

aos meus pais e irmão, mas abrangendo todo o grupo familiar materno.<br />

E assim, minha infância e adolescência foram alicerçadas pelos laços de família.<br />

Estes, por sua vez, estavam ancorados na fraternidade, na cooperação e no a-<br />

mor. Sempre ficaram claras para mim as responsabilidades que eu tinha neste jogo<br />

de papéis. Com o respaldo dessas duas figuras importantes - meus pais -, sentia-me<br />

segura o suficiente para arriscar-me na busca de autonomia. Foi neste período<br />

(12/13 anos) que decidi ser psicóloga. Eu idealizava essa figura com a qual convivia<br />

em trabalhos de orientação em minha escola. A percepção que tinha dela era de<br />

uma pessoa que apresentava um modo muito especial de agir no mundo. Este meu<br />

imaginário corresponde ao que Motta et al (1995) registram como sendo a representação<br />

que se tem desse profissional: aquele que presta assistência e estabelece relações<br />

íntimas e diretas com as pessoas. Num período de (re)pressão e de transição,<br />

como foi o da ditadura, esta imagem me parecia um oásis num deserto árido.<br />

Concluído o "ginásio", escolhi o magistério como minha opção de estudo, por<br />

me sentir atraída pela convivência com crianças e pelo desenvolvimento infantil. Nos<br />

idos de 1969, estava sendo proposta a reforma de 1º e 2º Graus, com a unificação<br />

do "primário" e do "ginásio", extinguindo-se o chamado "exame de admissão". No último<br />

semestre do curso e antes do estágio, eram realizadas as provas práticas. Fui<br />

designada para uma turma de 4ª série, que passaria direto para o Ginásio, sem cursar<br />

a 5ª série. Este processo é chamado, na Educação Especial, de "aceleração" e é<br />

uma das modalidades de atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotação.<br />

Naquele momento, entretanto, eu desconhecia totalmente estes fatos! Só sabia que<br />

eram "crianças muito adiantadas". Foi um desafio muito grande aquele período. Assustava-me<br />

a sede de saber daquelas crianças. O material que eu preparava sempre<br />

parecia pouco para elas. Queriam sempre mais! No final do semestre, grande<br />

impasse. Sentia-me impotente, diante da diferença entre a minha experiência real e<br />

o meu imaginário. Este contraste me fazia pensar se realmente eu podia e queria<br />

"ser professora". Naquele momento, aceitei o convite da psicóloga de minha escola

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