A representação feminina nos lendários gaúcho e quebequense

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................ CAPÍTULO 1 – A SALAMANCA DO JARAU E LA CORRIVEAU: APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 13 1.1 – A Salamanca do Jarau ............................................................................................. 13 1.2 – La Corriveau ........................................................................................................... 26 CAPÍTULO 2 – MITO E CULTURA ORAL ................................................................. 53 2.1 – Mito: conceitos necessários .................................................................................... 53 2.2 – Dialogismo e polifonia ........................................................................................... 62 2.3 – A cultura oral e a voz .............................................................................................. 66 CAPÍTULO 3 – GÊNERO E REPRESENTAÇÃO CULTURAL .................................. 69 CAPÍTULO 4 – TEINIAGUÁ E/OU AS PERIPÉCIAS DE UMA FIGURA FEMININA NA LITERATURA ORAL ......................................................................... CAPÍTULO 5 – A FIGURA FEMININA E O ESTEREÓTIPO DA MALDADE: O EXEMPLO DE “LA CORRIVEAU” .............................................................................. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 94 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 101 ANEXO 1 – A Salamanca do Jarau.................................................................................. 106 ANEXO 2 – Les Anciens Canadiens................................................................................ 136 ANEXO 3 – Le Chien d’Or ............................................................................................. 145 9 76 86 viii
INTRODUÇÃO A principal característica dos relatos orais é o fato de não possuírem uma (só) autoria: é a partir da união de várias vozes em um determinado contexto social e histórico que surgirão muitas das lendas que conhecemos. Estas, por sua vez, terão sua legitimação baseada em relatos, que autores célebres irão eleger para (re)escrever, publicar e, assim, eternizá-los. Quando pensamos nas narrativas que têm recorrência na cultura oral do Rio Grande do Sul, um dos primeiros nomes que nos vem em mente é o de João Simões Lopes Neto, sem dúvida escritor exponencial do regionalismo sul-rio-grandense. Com treze anos de idade foi para o Rio de Janeiro estudar. Mais tarde, ao retornar para sua terra natal, Pelotas, envolveu-se em uma série de iniciativas de negócios que incluíram uma fábrica de vidros e uma destilaria. Porém, os negócios fracassaram, dada a guerra civil – Revolução Federalista – que abalou duramente a economia local. Depois disso, construiu uma fábrica de cigarros. Os produtos, fumo e cigarros, receberam o nome de “Marca Diabo”, o que gerou protestos religiosos. Sua audácia empresarial levou-o ainda a montar uma firma para torrar e moer café e a desenvolver uma fórmula à base de tabaco para combater sarna e carrapatos. Fundou ainda uma mineradora com vistas à exploração de prata em Santa Catarina. Mas seu reconhecimento literário chegou em decorrência das edições fora de Pelotas, como por exemplo a de Porto Alegre em 1949. Simões Lopes Neto procurou em sua produção literária valorizar a história do gaúcho e suas tradições. Publicou apenas quatro livros em sua vida: Cancioneiro guasca (1910), Contos gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Casos do Romualdo (1914). É do livro Lendas do Sul (1913) que retiramos uma das narrativas, da qual a representação mítica com que trabalhamos, a Teiniaguá, se origina: “A Salamanca do Jarau”, narrativa de origem ibérica e que chega ao Rio Grande do Sul por importação cultural, como demonstrou Augusto Meyer 1 num estudo definitivo. Segundo o autor, embora não fosse possível fixar a data de sua composição, a “Salamanca” é superior a todas as outras lendas 2 , inclusive às missioneiras 1 Publicado no livro Prosa dos Pagos. 1941-1959. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro: Corag, 2002. 2 Augusto Meyer afirma que, ao abordar o tema da Salamanca do Jarau, Simões Lopes Neto sentiu quão profundo era esse horizonte lendário que se desdobrava além de sua visão evocativa. E, por ser formada a partir de um tema complexo, perpassado por incidências e alusões, não podia ser tratado como as outras lendas que 9
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desejo de vingança e ciúmes com r
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concretamente reversível para mim)
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como o próprio termo sugere, é um
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carregam em si elementos do maravil
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3 - GÊNERO E REPRESENTAÇÃO CULTU
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inquisitório, de caça às mesmas.
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Assim, esses mitos são também uma
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que “esse tipo de análise permit
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atenção pelo fato de ter o nome r
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discurso do narrador, que ocupará
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Teiniaguá é estigmatizada como se
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América do Sul. Ela é encontrada
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e o “patológico”, o “aceitá
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(...) bruxa, assassina, aquela que
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gaiola torna-se o elemento mais est
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elata que seu primeiro crime grave
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seu pai e não ela. Mas será que n
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A Teiniaguá é árabe, mas ao cheg
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tidos autoridades máximas. Na real
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Sabemos, entretanto, que a radicali
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De João Simões Lopes Neto REFERÊ
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LOPES NETO, João Simões. Contos g
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Les Anciens Canadiens, de Philipe A
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O CERRO DO JARAU I A SALAMANCA II I
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Pois quebrou do boi a balda”... 9
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E devia ter mesmo muita força o co
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padre; e dizia as palavras do missa
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E foram-se estendendo e alargando c
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Cada noite era meu ninho o regaço
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teiniaguá, onde reinavam os olhos
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Nunca mais dormi; nunca mais nem fo
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Blau Nunes foi andando. Enveredou p
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Uma serenada de suor minou na testa
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- Para não errar golpe - de tiro,
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outras muitas, tantas como as que p
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Mistério para Blau, muito rico...
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Sobre as caídas do Cerro levantou-
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Oriental dizimaram esta tribo (como
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- Allons, point de façons, dit Jul
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- Oh! Français! légers Français!
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- Et moi, repartit Arché, comme un
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- Quand je dis étranglé, il n’e
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ANEXO 3 LE CHIEN D’OR WILLIAM KIR
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- Ma chère maîtresse, commença L
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voisin!... Mais les filles de la ca
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travail le conduisit toutefois à
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même. Tout en lui gardant son esti
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Elle se fit raconter plus d'une foi
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Elle n'avait pas oublié, non plus,
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- La Corriveau a de la médecine et
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songeait ainsi, obéissaient à des
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pas, ajouta-t-elle, avec un air de
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elle aura des richesses immenses...
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La nuit arriva. Les lampes furent a
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Angélique sourit pour toute répon
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c'est moi qui vous le dis. Votre fo
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- Vous la connaissez, dit-elle; eh
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des palais, les panneaux des boudoi
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main d'un ennemi le pousse! Avec ce
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- Êtes-vous bien sûre, mademoisel
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Comme pour réveiller leur conscien
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de la Corne de Saint-Luc, Rigaud de
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des chiffons en monnaie, et de fair
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que j'ai tant de fois portée dans
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Bigot sentait dans quelle position
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- Je la trouverai! s'écria de la C
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Svenske man! I sagen! Amen! Som I S
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- Kalm, dit-il, en s'appuyant sur l
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été faite. La terre est le piéde
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peuplèrent les eaux primitives de
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- La France aura sa revanche, monsi
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Celsius et de Gammal Rodbeck quand
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- Nous devons l'accepter tel qu'il
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contrôle la campagne, le général
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Mais ces douloureux événements n'
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- Non, mais ainsi que parlent des g
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homme, je le crains; tu sais pourqu
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presque sombre, comme le firmament
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Ils faisaient moudre leur grain au
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- Attendez que j'achève, toujours,
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- Si je le connais! Je connais tous
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Après plusieurs essais infructueux
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- Elle a joué à la coquette avec
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Ils s'embarquèrent, le canot fut p
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Mère Malheur se prit à rire d'un
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familière avec dame Tremblay. La c
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- C'est bon! laissons-la aussi long
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Le mystère qui entourait Mlle de S
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main semblait plus chaude et plus l
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Elle lui remit le billet plié de l
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- Mais qui est-elle, mère Malheur?
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- Oui! oui! elle l'a, votre lettre.
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Les deux vieilles compagnes s'assir
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A sa lumière légère et tremblant
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Un mince filet d'eau tombant dans u
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La lampe jetait un vif éclat, et q
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Il était surprenant qu'une simple
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Un rayon d'espérance traversa l'â
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Elle fit avec une jalouse curiosit
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- La Corriveau ne fait pas les chos
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Bigot, sous son apparente indiffér
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Bigot lui dit un mot à l'oreille.
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- Il n'y a pas beaucoup de serviteu
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- Bonne nuit, Excellence! Cadet, pe
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- C'est ce que je vais faire. Ecout
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Bigot se tourna vers lui à cette e
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Quand dame Tremblay descendra à la
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Seul, de temps en temps, laissant s
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faire. Maudire l'assassin, regrette
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- Fanchon, demanda-t-elle, une minu
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Angélique respira. Elle pensa que
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- Merci! dit-elle à La Force, en l
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De Péan la reconduisit à sa voitu
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Amélie demandait la force et la sa
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- Angélique, reprit-elle, si tu ai
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