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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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Assim sendo, enquanto parte da Competência II envolve a análise do aspecto composicional<br />

do texto argumentativo, a III envolve todas as estratégias usadas pelo participante<br />

com a finalidade de persuadir o leitor. Persuadir é tentar induzir o interlocutor<br />

para um dado posicionamento, buscando engajá-lo em determinado ponto de vista<br />

sobre o mundo. Só se pode afirmar que “todo texto é argumentativo” dentro dessa<br />

acepção de argumentação como persuasão, pois, com efeito, toda ação comunicativa<br />

visa atingir o interlocutor, a fim de persuadi-lo de algum modo.<br />

Por outro lado, dentro da acepção de argumentação como estrutura composicional,<br />

nem todo texto é argumentativo, pois, para que o fosse, deveria privilegiar a estrutura<br />

constitutiva do raciocínio, aquela em que se constroem argumentos com o objetivo<br />

de provar para o interlocutor uma certa tese ou opinião central. O texto cobrado na<br />

prova de redação do Enem deve apresentar, obrigatoriamente, tal estrutura, ou seja,<br />

deve ser um texto argumentativo-opinativo.<br />

Examinar se a redação se enquadra em um desenvolvimento composicional argumentativo<br />

é observar, dentro da Competência II, se a seguinte estrutura de raciocínio<br />

está presente, mas não necessariamente nesta ordem, nem necessariamente com<br />

todas estas fases:<br />

• tese inicial;<br />

• dados (argumentos);<br />

• garantia (conhecimentos implícitos que apoiam e complementam<br />

os argumentos);<br />

• inferências (ligações implícitas que permitem relacionar os dados<br />

à conclusão);<br />

• conclusão nova tese (ponto de vista central).<br />

Se o conjunto dessas fases é considerado como critério fundamental para, na Competência<br />

II, classificar um texto como “dissertativo-argumentativo”, o que deve estar contemplado<br />

na III? O investimento retórico. Compete ao corretor julgar se o participante foi eficiente<br />

na argumentação persuasiva e, para isso, deve ponderar sobre o caminho argumentativo<br />

escolhido na redação. Analisará, então, se o produtor do texto formulou os argumentos<br />

organizando-os por ideias que se associam ou que se dissociam. Deverá observar se ele se<br />

valeu de técnicas argumentativas para tornar mais persuasivas as informações e opiniões<br />

acrescidas. Para transformar essas informações e opiniões em dados ou argumentos,<br />

o participante pode se valer de definições, de comparações, de técnicas de inclusão de<br />

partes num todo, de cálculos de probabilidade, de exemplos, ilustrações e analogias, entre<br />

A ARGUMENTAÇÃO PERSUASIVA<br />

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