20.02.2017 Views

TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

única possível (fenômeno muito comum no trato da regência verbal, por exemplo).<br />

E os dicionários, mesmo os melhores, muitas vezes apenas repetem os enunciados<br />

aleatórios das gramáticas sem um estudo sistemático dos fatos.<br />

Além disso, esses instrumentos muitas vezes se contradizem nos julgamentos de<br />

fenômenos da modalidade escrita formal. Não há, portanto, seja entre os especialistas,<br />

seja entre os instrumentos normativos correntes (dicionários e gramáticas), absoluto<br />

consenso sobre que fenômenos pertencem à modalidade escrita formal do português<br />

brasileiro contemporâneo. Há razoável convergência quanto à morfologia dos verbos<br />

e a concordância verbal e nominal; mas há não poucas divergências quanto à regência<br />

verbal e a colocação e uso dos pronomes (para ficarmos em alguns casos).<br />

Quem escreve regularmente não tem como fugir dessa situação, que não é má em<br />

si (apenas revela que os autores dos instrumentos normativos têm olhares parciais<br />

sobre a língua, além da falta frequente de estudos sistemáticos sobre seu uso efetivo).<br />

No entanto, no momento de resolver uma dúvida ou de avaliar um texto, precisamos<br />

enfrentar essas contradições, adotando sempre, nesses casos, um parâmetro flexível,<br />

que pode ser assim resumido: o uso formal corrente deve prevalecer sobre o julgamento<br />

dos instrumentos normativos; e, se o mesmo fenômeno recebe julgamentos<br />

divergentes, os dois registros são próprios da modalidade formal escrita da língua.<br />

A MODALIDADE ESCRITA FORMAL DA LÍNGUA<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!