TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Notamos no exemplo:<br />
• enunciados encadeados por justaposição como em: “Recebeu, não leu...”;<br />
• enunciados encadeados por conectores: “quando” (tempo) e “e” (adição)<br />
em “WhatsApp passa a avisar usuários quando mensagem é lida e causa<br />
irritação e ansiedade; ‘recurso’ não pode ser desativado”.<br />
Exemplo 23<br />
Quero corar<br />
Faz tempo que eu não coro. Acho que, atualmente, só fico vermelha nas minhas aulas de ioga,<br />
quando insisto em tentar a posição invertida.<br />
Será que, com o tempo, a gravidade não age só em nossa pele e nossos músculos mas também<br />
em nossa corrente sanguínea, impedindo que o sangue nos chegue às faces, mesmo que<br />
numa situação constrangedora? Ou será que não tenho tido motivos para corar? Não, sempre<br />
há motivos para corar.<br />
(FRAGA, 2015, p. 90)<br />
No exemplo 23, destacamos o encadeamento que ocorre por meio do uso de conectores<br />
que estabelecem relações lógico-semânticas ou discursivo-argumentativas,<br />
conforme estudos de Ducrot (1972, 1987) e Koch (1987, 1989, 2004).<br />
Por meio das relações lógico-semânticas, encadeiam-se conteúdos ou estados de<br />
coisas de que falam os enunciados anteriormente apresentados. No exemplo, observamos<br />
que entre os enunciados “Acho que, atualmente, só fico vermelha nas minhas<br />
aulas de ioga, quando insisto em tentar a posição invertida.”, a conjunção “quando”<br />
estabelece uma relação lógico-semântica de temporalidade.<br />
As relações discursivo-argumentativas têm como característica o fato de promover o<br />
encadeamento de atos de fala em que se enunciam argumentos a favor de determinadas<br />
conclusões, como ocorre em “Será que, com o tempo, a gravidade não age só em<br />
nossa pele e nossos músculos mas também em nossa corrente sanguínea, impedindo<br />
que o sangue nos chegue às faces, mesmo que numa situação constrangedora? Ou<br />
será que não tenho tido motivos para corar? Não, sempre há motivos para corar.”<br />
No trecho, o par correlato de conectores “não só... mas também” liga dois argumentos<br />
a favor de uma mesma conclusão; por usa vez, o uso do “Ou” indica disjunção<br />
argumentativa que aponta para uma provocação ou convocação à concordância.<br />
Resumidamente, apresentamos no quadro a seguir as estratégias de coesão textual<br />
estudadas nesta unidade.<br />
TEXTO E ESTRATÉGIAS DE COESÃO REFERENCIAL E SEQUENCIAL<br />
189