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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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De acordo com Gleason Jr. (apud PRETI, 1994, p. 38),<br />

um único falante, sem se afastar das convenções habituais na sua área, fala de modos<br />

diversos em diferentes situações sociais. São diferentes o vocabulário, as construções<br />

e até as pronúncias utilizadas numa alocução formal e numa conversa familiar.<br />

Tomemos como exemplo o discurso de um jovem que sofre um pequeno acidente de<br />

trânsito no caminho para o trabalho. Ele usa registros diferentes para informar, via<br />

mensagem de texto, seu chefe e sua mãe sobre o ocorrido. No primeiro caso, usará uma<br />

linguagem mais formal, e, no segundo caso, fará uso de uma linguagem coloquial,<br />

uma vez que há mais intimidade na relação com a mãe do que na relação com o chefe.<br />

Registro formal<br />

Jovem para o chefe<br />

Boa tarde, chefe. Infelizmente, acabei de sofrer<br />

um acidente de trânsito e devo me atrasar, pois<br />

estou aguardando a polícia, para os trâmites<br />

formais, e a seguradora, para o recolhimento<br />

do veículo.<br />

Registro informal<br />

Jovem para a mãe<br />

Que droga, mãe! Bateram no meu carro! Tô<br />

bem, não se preocupe. Me mande o número<br />

da seguradora. Depois te ligo.<br />

Para Preti (1994, p. 38), as variações quanto ao uso da linguagem pelo mesmo falante,<br />

em função das variações de situação, podem ser de duas espécies: registro formal e<br />

registro coloquial. O registro formal é empregado em situações de formalidade, com<br />

predomínio de linguagem culta, comportamento mais refletido e vocabulário selecionado;<br />

já o registro coloquial é usado em situações familiares e em diálogos informais<br />

nos quais ocorre maior intimidade entre os falantes, com predomínio de estruturas e<br />

vocabulário da linguagem popular, gírias e expressões obscenas ou de natureza afetiva.<br />

O autor menciona ainda outras subdivisões dos níveis de linguagem, como o nível<br />

coloquial tenso e distenso. No Dicionário de Linguística e Fonética, Crystal (2000,<br />

p. 224) cita também abordagens que distinguem cinco níveis diferentes de registro no<br />

uso da língua: frio, formal, consultativo, casual e íntimo.<br />

Ainda de acordo com Preti, os limites entre o registro formal e o coloquial são indefinidos,<br />

por isso é praticamente impossível determinar as fronteiras entre essas<br />

gradações, seja na língua oral, seja na língua escrita.<br />

Segundo o autor, a variação de uso da linguagem pelo mesmo falante, ou seja, a<br />

variação de registro, poderia também ser chamada de variedade estilística, no sentido<br />

de que o usuário escolhe, de acordo com a situação, um estilo que julga conveniente<br />

NOTAS SOBRE A AVALIAÇÃO DE DESVIOS DE REGISTRO<br />

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