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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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20. A COESÃO NA TESSITURA TEXTUAL: avaliação do<br />

emprego dos recursos coesivos<br />

Maria de Fátima de Souza Aquino*<br />

O processo de avaliação de textos requer do avaliador conhecimento teórico e postura<br />

metodológica consistentes, principalmente quando se trata de exame classificatório<br />

de grandes consequências para os participantes, como o Exame Nacional do Ensino<br />

Médio (Enem). Na avaliação da redação desse tipo de exame, além dos critérios<br />

previamente estabelecidos que orientam o processo de avaliação, o avaliador deve ter<br />

domínio, entre outros aspectos, do tipo e do gênero textual e dos fatores que compõem<br />

a tessitura do texto, ou seja, de textualidade: coesão, coerência, informatividade,<br />

intertextualidade, entre outros.<br />

A textualidade ou textura é o que faz de uma sequência de frases um texto. “A sequência<br />

é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la<br />

como uma unidade significativa global” (KOCH; TRAVAGLIA, 1997, p. 26). Assim,<br />

um texto se constitui como tal<br />

no momento em que os parceiros de uma atividade comunicativa global, diante de<br />

uma manifestação linguística, pela atuação conjunta de uma complexa rede de fatores<br />

de ordem situacional, cognitiva, sociocultural e interacional, são capazes de construir,<br />

para ela, determinados sentidos (KOCH, 1998, p. 25).<br />

No texto escrito, a coesão é um fator importante no auxílio da compreensão das<br />

informações dadas. Nesse sentido, a coesão “ajuda a perceber a coerência na compreensão<br />

dos textos” (KOCH; TRAVAGLIA, 1997, p. 24). É um fenômeno que diz<br />

respeito “ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual<br />

se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando<br />

sequências veiculadoras de sentidos” (KOCH, 1999, p. 35).<br />

No processo de avaliação de um texto denotativo, escrito e formal, Costa Val (1994,<br />

p. 29) defende que “avaliar a coesão será verificar se os mecanismos linguísticos<br />

utilizados no texto servem à manifestação da continuidade, da progressão, da não<br />

* Maria de Fátima de Souza Aquino é professora da Universidade Estadual Paraíba e doutora em Linguística pela Universidade Federal<br />

da Paraíba.<br />

<strong>TEXTOS</strong> <strong>DISSERTATIVO</strong>-<strong>ARGUMENTATIVOS</strong>: SUBSÍDIOS PARA QUALIFICAÇÃO DE AVALIADORES<br />

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