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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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correntes apresentam em comum: um texto é uma unidade significativa. Isto quer<br />

dizer que a função, a conceituação ou a definição de texto está ligada a fazer sentido.<br />

Assim se reconhece que as “partes” de um texto se articulam de tal maneira que os<br />

sentidos são construídos globalmente, solidariamente em um determinado contexto<br />

sociocomunicativo. Trata-se, pois, não de uma mera “soma” de signos, mas de uma<br />

arquitetura construída em “camadas” e hierarquias de significações.<br />

Associando uma perspectiva teórica vinda da pragmática a uma perspectiva cognitiva,<br />

entende-se hoje que um texto, longe de ser um produto acabado, constitui-se em uma<br />

unidade complexa que realiza atividades, ou ações, comunicativas, ou interativas,<br />

por meio do processamento de modelos histórico e culturalmente determinados.<br />

Consequentemente, visto como atividade interacional entre sujeitos sociais, realizado<br />

para determinados fins, um texto não traz todas as significações fechadas e fixas: seus<br />

sentidos são construídos na interlocução. Contudo, isso não se dá arbitrariamente,<br />

produzindo qualquer significação, mas a partir de marcas, ou pistas textuais, que o<br />

sujeito produtor do texto vai fornecendo de maneira que o sujeito leitor vá reconhecendo<br />

e interpretando, em um processo de avanço e recuo, buscando coerência nas<br />

significações. Nessa interpretação, a coerência pode ser considerada a possibilidade<br />

de atribuir uma continuidade de sentidos a um texto. Estabelece-se na interlocução<br />

e depende de uma multiplicidade de fatores que não estão apenas e exclusivamente<br />

no texto, pois o conhecimento de mundo e as experiências prévias das pessoas que o<br />

interpretam são alguns desses fatores (COROA, 2008b, p. 74).<br />

Nesse contexto, os interlocutores se constituem como sujeitos participantes da<br />

complexidade de significações. Por isso, algumas associações de significados, de<br />

modos de dizer, podem ser pertinentes em um texto, mas em outros textos, não.<br />

Cabe ao produtor inicial do texto propor as significações que, no correspondente<br />

contexto sociocomunicativo, o leitor tece, como sentidos globais do texto, na sua<br />

leitura. Os modos de dizer e as escolhas lexicais e gramaticais seguem parâmetros<br />

convencionados como adequados, legítimos ou certos relativamente ao contexto<br />

em que o texto é produzido – tanto na fase da leitura como na da elaboração.<br />

Ou seja, na leitura, os sentidos de um texto são produzidos pelo leitor como se ele<br />

seguisse um “mapa”: a cada marca ou pista, ele avança, recua ou reorienta seu caminho.<br />

Nessa abordagem, os sentidos de um texto são construídos também pela<br />

multiplicidade de experiências de mundo tanto do autor quanto do leitor. Visando a<br />

uma (re)construção de sentidos coerente, o produtor do texto deve, assim, considerar<br />

o conhecimento de mundo que seu leitor precisa ter para chegar à interpretação, ou<br />

leitura, desejada.<br />

<strong>TEXTOS</strong> <strong>DISSERTATIVO</strong>-<strong>ARGUMENTATIVOS</strong>: SUBSÍDIOS PARA QUALIFICAÇÃO DE AVALIADORES<br />

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