TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS
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Quanto maior for a informação do leitor a respeito do tema, maior sua prontidão<br />
para interpretar a continuidade de sentidos, a coerência textual. A harmonia entre<br />
as informações que servem de pistas para estabelecer essa continuidade constitui a<br />
coerência textual. Portanto, diferentes leitores, com diferentes informações prévias,<br />
com diferentes visões de mundo, podem atribuir níveis de coerência diferentes ao<br />
mesmo texto (COROA, 2008a, p. 82).<br />
Nessa abordagem, o controle das informações necessárias para que o assunto do<br />
texto seja apreendido e interpretado integra a habilidade de produzir um texto: o<br />
que dizer, como dizer e para que dizer são aspectos associados na tessitura textual.<br />
Se compararmos a elaboração e a leitura de um texto a um percurso em que se vão<br />
deixando e reconhecendo “pistas”, para construir coerentemente os sentidos permitidos<br />
pelo texto, é na sistematização dessas “pistas” que se desenvolve o processo de<br />
ensino e aprendizagem de um texto. É, consequentemente, sobre essa sistematização<br />
que uma avaliação adequada deve ser desenvolvida.<br />
É importante lembrar que, ao se organizar num todo significativo, ou em uma unidade<br />
de sentidos, o texto “dialoga” externamente com a sua situação de produção, mas se<br />
apoia, internamente, em relações que se dão entre estruturas linguísticas. Essas duas<br />
dimensões textuais – a vinculação com a “face externa”, social e cultural da interação<br />
linguística, e a vinculação com a “face interna”, de estruturação gramatical, semântica<br />
e lexical – conduzem-nos a outros dois conceitos relevantes para a sistematização da<br />
análise e do estudo de texto: os gêneros textuais, que se classificam segundo a “face<br />
externa”, e os tipos textuais, que se classificam segundo a “face interna”.<br />
3. Gêneros textuais<br />
Em decorrência da abordagem de língua como língua em ação, língua em uso, como<br />
interação, atuação social, e da “flexibilidade” na construção dos sentidos do texto,<br />
torna-se forçoso reconhecer que nem todas as situações sociocomunicativas admitem<br />
o mesmo formato em um texto. Ou, visto de outra maneira: para cada situação de<br />
interação, o texto se organiza de maneira diferente. Se os textos estão intimamente<br />
ligados às suas condições de produção, ao contexto em que são produzidos, aos<br />
interlocutores que se estabelecem na interação e às finalidades – ou propósitos –<br />
para as quais são produzidos, é aceitável pensar que todos esses fatores acabem por<br />
influenciar os padrões mais adequados de comportamento linguístico para tornar<br />
bem-sucedida a interação.<br />
O TEXTO <strong>DISSERTATIVO</strong>-ARGUMENTATIVO<br />
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