TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS
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tipos textuais para se organizar composicionalmente. O elemento norteador (e critério<br />
maior de classificação) encontra-se nos sentidos globais do texto. Esses sentidos, por<br />
sua vez, inter-relacionam-se com a veiculação social do texto, o gênero textual.<br />
Quando o tipo argumentativo é o eixo de construção textual de um gênero, a continuidade<br />
de sentidos requer “pistas textuais” que concatenem os argumentos de maneira<br />
clara e inequívoca, sob pena de comprometer a coerência do texto como um todo.<br />
Por isso, para que seja possível um desenvolvimento coerente da argumentação, é<br />
necessário que a escolha do ponto de partida seja respeitada ao longo da tessitura<br />
textual. As relações lógicas de argumentação têm compromisso não apenas com a<br />
retomada da ideia que foi introduzida como tese: também a inserção de novos referentes<br />
deve ser motivada. Referentes que apenas “se juntam” ao texto, sem assumir<br />
funções relevantes na argumentação, criam o risco de apontar para outras direções<br />
argumentativas e fraturar a coerência necessária à comprovação da tese.<br />
A negação de possíveis – ou hipotéticas – contestações revela-se uma produtiva<br />
estratégia argumentativa se empregada solidariamente com a afirmação das comprovações.<br />
Nem só pela via da afirmação, como nem só pela via negação, se constrói<br />
uma argumentação eficaz. O controle das informações, originadas no campo do autor e<br />
lançadas em forma de marcas de produção de sentidos para o leitor, é o compromisso<br />
que a tese assume em um texto dissertativo-argumentativo.<br />
Considerações finais<br />
O trabalho pedagógico sobre a língua e a linguagem, ao extrapolar as características<br />
de código, sem deixar de contemplá-lo – isto é, ao tomar como unidade de estudo o<br />
texto –, recupera a realização da língua em uso nas práticas sociais. E ao considerar<br />
a variedade dos gêneros textuais nas nossas práticas de sala de aula, estamos muito<br />
mais próximos da realidade do uso linguístico, porque é assim que interagimos linguisticamente,<br />
por meio de gêneros adequados a cada situação sociocomunicativa.<br />
A culminância do processo de reflexão sobre a língua assenta-se na produção textual.<br />
Por isso, o conhecimento sobre os modos de tecer a textualidade, sobre as características<br />
dos diversos gêneros e dos tipos textuais permite ao professor de língua<br />
portuguesa sistematizá-las, tanto nos processos de ensino e aprendizagem quanto<br />
na etapa da avaliação.<br />
Como prática social, em situações de avaliação, o gênero textual já é apresentado<br />
no enunciado da tarefa. A associação com a primazia de um tipo, ou outro, costuma<br />
<strong>TEXTOS</strong> <strong>DISSERTATIVO</strong>-<strong>ARGUMENTATIVOS</strong>: SUBSÍDIOS PARA QUALIFICAÇÃO DE AVALIADORES<br />
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