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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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Segundo Hadji (1994), a avaliação formativa se estabelece por meio de três conceitos:<br />

critérios, diagnóstico e regulação (intervenção). Assumir uma avaliação baseada em<br />

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critérios significa tornar objetivo o que se espera dos estudantes e estabelecer com<br />

detalhes o que ele deve ser capaz de fazer após um período específico de formação.<br />

No caso particular da escrita no ensino médio, é preciso que o estudante saiba com<br />

antecedência que, ao final dessa etapa da educação básica, ele deverá ser capaz,<br />

por exemplo, de produzir textos com predominância argumentativa e de aprender<br />

estratégias de defesa de um ponto de vista. Além disso, cabe ao estudante do ensino<br />

médio ir além do nível informacional do texto, devendo construir análises críticas<br />

diante do que escreve ou lê. O estabelecimento de critérios só será realizado de<br />

forma proveitosa se o professor souber fazer um diagnóstico relevante do que os<br />

estudantes sabem ou não em termos de escrita e de leitura. Por fim, dado o retrato<br />

do diagnóstico, é hora de a escola propor estratégias de intervenção para “ajustar<br />

o tratamento didático à natureza das dificuldades constatadas e à realidade dos<br />

progressos registrados” (HADJI, 1994, p. 125). Daremos uma atenção mais detalhada<br />

às estratégias de intervenção mais adiante, quando discutiremos brevemente<br />

o papel dos registros reflexivos nos processos de aprendizagem dos estudantes.<br />

2. O texto e sua centralidade nos processos de interação<br />

Vejamos o que dizem as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL,<br />

2006, p. 18) sobre os objetivos gerais do componente de língua portuguesa:<br />

as ações realizadas na disciplina Língua Portuguesa, no contexto do ensino médio,<br />

devem propiciar ao aluno o refinamento de habilidades de leitura e de escrita, de fala e<br />

de escuta. Isso implica tanto a ampliação contínua de saberes relativos à configuração,<br />

ao funcionamento e à circulação dos textos quanto o desenvolvimento da capacidade<br />

de reflexão sistemática sobre a língua e a linguagem.<br />

Essas orientações curriculares tomam como pressuposto que os estudantes chegam<br />

ao ensino médio dominando as habilidades de leitura e de escrita, pois eles deveriam<br />

apenas “refinar” o que já sabem em termos desses dois complexos processos. Nem<br />

sempre, contudo, os trabalhos docente e discente se debruçarão somente no “refinamento”<br />

das capacidades de ler e de escrever. Nesse sentido, as práticas pedagógicas e<br />

de avaliação devem considerar o quadro de proficiência ilustrado na introdução deste<br />

texto, além das próprias experiências que observamos no cotidiano de nossas escolas.<br />

3. A regulação, muitas vezes, é tomada pelo termo “intervenção”, no sentido das ações escolares e pedagógicas que são adotadas<br />

para que os estudantes consigam progredir no seu processo formativo. A intervenção requer sempre uma reorganização do<br />

trabalho pedagógico.<br />

AVALIAÇÃO FORMATIVA, REGISTROS REFLEXIVOS E PRODUÇÃO DE <strong>TEXTOS</strong><br />

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