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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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não se dá para o tipo argumentativo. Embora as propriedades que distinguem o tipo<br />

argumentativo dos três primeiros sejam claras, frequentemente encontramos, nos<br />

autores e pesquisas sobre o tema, diferenças nas delimitações que levam a títulos<br />

como tipo argumentativo, tipo expositivo e tipo dissertativo. A caracterização do<br />

que seja um tipo expositivo ou um tipo argumentativo aparece mais claramente. No<br />

entanto, é frequente que o nome dissertativo seja usado para classificar um tipo que<br />

não faça a distinção entre expositivo e argumentativo. Nas práticas escolares é mais<br />

comum vermos o tipo dissertativo abranger tanto características do tipo expositivo<br />

quanto do argumentativo. No entanto, o rótulo dissertativo implica o apagamento<br />

dessa distinção. Ou seja, ao nomear um texto apenas como dissertativo, fazemos,<br />

aparentemente, o movimento de eximi-lo do forte poder da argumentação. Por outro<br />

lado, ao nomeá-lo como dissertativo-argumentativo, as relações argumentativas são<br />

reconhecidas e devem ser explicitadas.<br />

Do ponto de vista da sistematização no processo de ensino e aprendizagem, distinguir<br />

os dois tipos pode trazer a vantagem de tornar mais clara a necessidade, ou não, de<br />

convencer o leitor sobre uma tese, por meio de fortes articulações lógicas entre os<br />

significados (tipo argumentativo), ou de admitir apenas uma exposição de ideias e<br />

conceitos, sem necessidade de um forte convencimento (tipo expositivo).<br />

Esses dois “caminhos” para focalizar as ideias levam a diferentes classificações do<br />

tipo textual. Quando o texto dissertativo se dedica mais a expor ideias, a fazer que o<br />

leitor/ouvinte tome conhecimento de informações ou interpretações dos fatos, tem<br />

caráter expositivo e podemos classificá-lo como expositivo. Quando as interpretações<br />

expostas pelo texto dissertativo vão mais além nas intenções e buscam explicitamente<br />

convencer o leitor/ouvinte sobre a validade dessas explicações, classifica-se o texto<br />

como argumentativo (COROA, 2008b, p. 121).<br />

Vejamos um exemplo do tipo expositivo.<br />

Exemplo 4<br />

A forma temporária como tratam os vídeos criados reflete outro aspecto característico desses<br />

apps. Em oposição à noção de que tudo o que é postado na internet fica registrado para a<br />

eternidade (e tem potencial de se transformar em viral), os aplicativos querem passar a sensação<br />

de efêmero. Quem não viu a transmissão ao vivo dificilmente terá nova chance. Nisso, eles se<br />

assemelham a outro app de sucesso, o Snapchat, serviço de troca de mensagens pelo qual o<br />

conteúdo é destruído segundos após ser recebido pelo destinatário.<br />

(VEJA, 2015, p. 98)<br />

O TEXTO <strong>DISSERTATIVO</strong>-ARGUMENTATIVO<br />

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