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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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textuais que têm a finalidade de informar ou explicar são os que mais nele se realizam.<br />

Por isso, é um tipo muito comum nas práticas pedagógicas, seja na oralidade (em<br />

aulas), seja na escrita (nos livros didáticos).<br />

Em contraste com o exemplo do tipo expositivo, o fragmento exemplificador do tipo<br />

argumentativo é organizado no encadeamento de relações lógicas. Tem claramente<br />

o objetivo de dar a conhecer alguma coisa ao leitor – informá-lo ou ensiná-lo –,<br />

como também pretende o tipo expositivo, mas o tipo argumentativo busca mais: visa<br />

convencer o leitor sobre a verdade dos sentidos que constrói. Por causa desse objetivo,<br />

neste tipo – em contraste com o expositivo –, a articulação lógica entre as ideias usadas<br />

para a atribuição de qualidades, ou para a expressão de opinião, é fundamental. Nele,<br />

os fenômenos, conceitos ou ideias são chamados de tese e argumentos. E uma tese<br />

sustenta-se como verdadeira quando apoiada em argumentos que permitem uma<br />

continuidade de sentidos que não admitem contestação válida. Por outro lado, se a<br />

tese não for admitida, aceita como plausível, os argumentos tornam-se vazios ou inócuos.<br />

Por articular os sentidos em uma rede de ações linguísticas de convencimento,<br />

é o tipo que predomina em textos que têm como objetivo provocar o leitor para um<br />

posicionamento a respeito de algum ponto de vista – como em editoriais de jornais<br />

e revistas – e, principalmente, em textos publicitários que pretendem “vender” uma<br />

ideia, serviço ou produto.<br />

Por causa da necessidade de uma forte ligação entre a ideia selecionada para ser (com)<br />

provada e as razões para (com)prová-la, o tipo argumentativo recorre com muita<br />

frequência às relações lógicas para demonstrar a verdade daquilo que diz, como as de<br />

causa e consequência e as de condição. Comumente tais relações são expressas por<br />

conectivos de finalidade, de causa, de justificativa, como em “por causa das múltiplas<br />

realidades” ou em “a fim de que, não importa quais sejam os resultados de nossos<br />

estudos, nosso compromisso”. Mas também a seleção lexical, como “complexa”,<br />

“múltiplas realidades”, “elementos significativos”, deve estar a serviço do objetivo<br />

da argumentação.<br />

Outra estratégia textual muito produtiva na argumentação é o uso de exemplos e<br />

ilustrações de casos particulares para mostrar a generalização, como no trecho que<br />

parte de “Por exemplo, no projeto de pesquisa de referência neste artigo, havia um<br />

componente [...]”. Neste caso, é muito recorrente que exemplos se desenvolvam com<br />

predominância do tipo descritivo e do tipo narrativo (quando não do expositivo).<br />

Da mesma forma que os demais tipos textuais aparecem imbricados na realização de<br />

cada texto, o tipo argumentativo se vale, especialmente, da contribuição dos demais<br />

O TEXTO <strong>DISSERTATIVO</strong>-ARGUMENTATIVO<br />

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