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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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Nacional (LDB), as diretrizes curriculares, os Parâmetros Curriculares Nacionais do<br />

Ensino Médio (PCNEM) e outros documentos afins trazem objetos linguísticos – sobre<br />

os quais produzimos o conhecimento a respeito da língua e da linguagem – vinculados à<br />

língua não apenas como representação, mas sobretudo como uma “atividade interativa de<br />

natureza sociocognitiva” (MARCUSCHI, 2002a). Marcuschi esclarece bem como devemos<br />

entender a distinção entre língua e linguagem nessa perspectiva de interação humana.<br />

• A expressão “linguagem” designa uma faculdade humana, isto é, a<br />

habilidade de usar signos com objetivos cognitivos. A linguagem é um<br />

dispositivo que caracteriza a espécie humana como Homo sapiens, ou<br />

seja, como um sujeito reflexivo, pois por ela conseguimos nos tornar<br />

seres sociais racionais. Assim, a linguagem é um fenômeno humano,<br />

hoje tido como inato e geneticamente transmitido pela espécie.<br />

• A expressão “língua” refere uma das tantas formas de manifestação concreta<br />

dos sistemas de comunicação humanos desenvolvidos socialmente por<br />

comunidades linguísticas e se manifesta como atividades sociocognitivas<br />

para a comunicação interpessoal. Assim, com esse termo referimos sempre<br />

uma dada língua natural e histórica particular; por exemplo, “língua<br />

portuguesa”, “língua alemã”, “língua francesa” e assim por diante. Cada<br />

língua tem suas características típicas sob vários aspectos, se fonológico,<br />

morfológico, semântico, pragmático ou cognitivo.<br />

De acordo com esse ponto de vista, a língua que realiza a nossa capacidade de linguagem<br />

tem íntimas vinculações com nossas práticas sociais e com os papéis que ocupamos<br />

na sociedade. Falar de língua portuguesa, no nosso caso, é mais do que falar de código<br />

linguístico, de estruturas gramaticais, de palavras; falar de língua é falar de atos significativos<br />

que ocorrem socialmente e que têm raízes históricas porque há sempre uma<br />

razão para que uma estrutura sintática se organize de uma maneira, e não de outra,<br />

para que uma palavra tenha tal pronúncia ou tal grafia, e não outra. Portanto, estruturas<br />

gramaticais e palavras são situadas em práticas interativas de linguagem – e por elas<br />

moldadas e configuradas significativamente em seus usos sociais e culturais. Refletir<br />

sobre os modos em que a língua realiza atos significativos coloca o texto como unidade<br />

central de qualquer trabalho pedagógico.<br />

2. Texto<br />

Embora haja hoje uma grande variedade de definições para texto, 1 pois cada corrente<br />

teórica propõe sua própria concepção, existe uma característica que todas essas<br />

1. Falamos aqui de textos linguísticos, embora consideremos que qualquer sistema de símbolos – ou sistema semiótico – possa constituir<br />

textos, como um texto visual ou musical, por exemplo.<br />

O TEXTO <strong>DISSERTATIVO</strong>-ARGUMENTATIVO<br />

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