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TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

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“causava”. Em (2), também se verifica problema de construção do período, dada a falta<br />

de paralelismo na primeira oração (“ao mundo do crime” — objeto indireto iniciado<br />

com artigo definido; “a prostituição” — objeto indireto iniciado sem artigo definido).<br />

Mais uma vez, é importante destacar que o simples emprego do acento grave no “a”<br />

que antecede “prostituição”, que solucionaria o problema da falta de paralelismo,<br />

consiste em desvio gramatical, e não em desvio de acentuação, isto é, de convenção<br />

da escrita. Ainda em (2), há desvio na forma plural “cidadões”, empregada em lugar<br />

de “cidadãos”. Em (3), há problemas de construção do período: as formas verbais<br />

destacadas não estão flexionadas de forma a promover a coerência do trecho. Uma<br />

possível maneira de se reescrever adequadamente o período seria, por exemplo, por<br />

meio da substituição da forma verbal “fosse” por “seja”. Por fim, em (4), há problema<br />

de pontuação em virtude da vírgula empregada logo após “oferecidos”, a qual separa<br />

o sujeito e o predicado da oração, e problemas de regência, decorrentes da ausência<br />

de sinal indicativo de crase no “as” da expressão “ligados as crianças”, e do emprego<br />

da preposição “em” no lugar de “a” na contração “no”.<br />

Todos os desvios apresentados nos quadros 2 e 3 são desvios gramaticais e, tal como se<br />

dá relativamente aos desvios de convenção da escrita, a ocorrência simultânea de dois<br />

ou mais dos desvios apresentados seria suficiente para impedir a atribuição de nota<br />

máxima na Competência I em uma redação do Enem. Passemos, agora, à definição e<br />

à avaliação dos desvios de convenção da escrita e dos desvios gramaticais na redação<br />

do Enem.<br />

3. A avaliação dos desvios de convenção da escrita<br />

e dos desvios gramaticais na redação do Enem<br />

Na redação do Enem, o domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa,<br />

avaliado na Competência I, deve ser analisado com base nas estruturas sintáticas<br />

empregadas no texto.<br />

Espera-se que um aluno participante do Enem seja capaz, minimamente, de elaborar<br />

um texto cujos períodos sejam bem estruturados e cujas ideias sejam transmitidas com<br />

clareza. Um texto cuja compreensão seja dificultada em razão de uma estruturação<br />

insatisfatória não atende a essa expectativa, uma vez que, em casos assim, a dificuldade<br />

de compreensão das ideias do texto reflete problemas mais sérios de estruturação<br />

sintática. É possível que o texto de um aluno que corresponde à expectativa mínima<br />

de domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa apresente alguns<br />

<strong>TEXTOS</strong> <strong>DISSERTATIVO</strong>-<strong>ARGUMENTATIVOS</strong>: SUBSÍDIOS PARA QUALIFICAÇÃO DE AVALIADORES<br />

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