12.05.2013 Views

2001 - Escola Superior do Ministério Público

2001 - Escola Superior do Ministério Público

2001 - Escola Superior do Ministério Público

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Revista Jurídica da ESMP - n.º 2 25<br />

Tenho para mim que a prova assim obtida ou a diligência assim<br />

realizada não poderá, jamais, prejudicar o réu. Violaria, frontalmente, o<br />

princípio <strong>do</strong> favor libertatis uma prova ou uma diligência assim efetivada<br />

que não foi objeto <strong>do</strong> processo de conhecimento perante o juiz da causa.<br />

Não ocorreria, porém, qualquer obstáculo caso a prova assim<br />

recolhida viesse a beneficiar o réu. Porém, ela nunca poderia ser<br />

aproveitada pro societate.<br />

12. Uma pergunta que acode o meu espírito relaciona-se com o<br />

art. 366 <strong>do</strong> CPP. A <strong>do</strong>utrina majoritária salienta que o legisla<strong>do</strong>r não<br />

pretendeu restaurar a prisão preventiva obrigatória, ao usar a expressão<br />

“se for o caso” no texto <strong>do</strong> dispositivo. Formulo, então, a seguinte<br />

indagação: o réu cita<strong>do</strong> por edital, que não comparece nem constitui<br />

advoga<strong>do</strong> e que se encontra em lugar incerto e não sabi<strong>do</strong>, assegura a<br />

aplicação da lei penal (art. 312 <strong>do</strong> Código de Processo Penal)?<br />

Penso que não.<br />

O próprio Supremo Tribunal Federal já decidiu que “a simples<br />

fuga <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> <strong>do</strong> distrito da culpa, tão logo descoberto o crime<br />

pratica<strong>do</strong>, já justifica o decreto de prisão preventiva” (RT 497/403). No<br />

mesmo senti<strong>do</strong> o <strong>Superior</strong> Tribunal de Justiça (RHC 492, 5ª Turma,<br />

DJU 30.04.90, p. 3530). (15)<br />

Vale o registro de que a preventiva, uma vez efetivada, acarretan<strong>do</strong><br />

o comparecimento coativo <strong>do</strong> réu, poderia ser revogada desde que não<br />

subsistissem razões outras para mantê-la (art. 316 <strong>do</strong> CPP).<br />

13. Segue outra indagação versan<strong>do</strong>, ainda, sobre a revelia<br />

premiada <strong>do</strong> art. 366 <strong>do</strong> CPP. Relaciona-se com a “produção antecipada<br />

das provas consideradas urgentes.” Que é “prova urgente”?<br />

Não posso, com o devi<strong>do</strong> respeito, concordar com a posição<br />

<strong>do</strong>utrinária no senti<strong>do</strong> de que “provas urgentes”, para os fins <strong>do</strong> art. 366<br />

<strong>do</strong> CPP, sejam somente aquelas situações indicadas no art. 225 <strong>do</strong><br />

CPP. Assim, no meu entendimento, a prova pericial seria sempre<br />

urgente, sob pena <strong>do</strong> perecimento <strong>do</strong> objeto da prova.<br />

15 Julga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> STF e <strong>do</strong> STJ extraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Código de Processo Penal Anota<strong>do</strong>, de Damásio E. de<br />

Jesus, p. 219, 16ª edição, 1999, Editora Saraiva.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!