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Tratado de Ética - Instituto de Humanidades

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comparação <strong>de</strong> nosso valor pessoal com o <strong>de</strong> outrem (como aquele que experimenta por<br />

simples hábito uma criança para com seus pais, um aluno com relação a seu mestre, um<br />

inferior em geral para com um superior), mas <strong>de</strong> um axioma que consiste em restringir a<br />

estima que nós nos atribuímos pela dignida<strong>de</strong> da humanida<strong>de</strong> em uma outra pessoa, e o<br />

respeito é por conseqüência compreendido aqui em um sentido prático.<br />

.................................................................................................................................<br />

Do <strong>de</strong>ver do amor em particular<br />

§ 26<br />

O amor pelo homem, já que é compreendido aqui como prática, e, por<br />

conseqüência, não enquanto amor da satisfação que se po<strong>de</strong> obter – <strong>de</strong>ve consistir em uma<br />

benevolência ativa e concerne pois às máximas das ações. – Aquele que encontra prazer no<br />

bem-estar dos homens, na medida em que ele os consi<strong>de</strong>ra simplesmente como tais, que é<br />

feliz quando os outros o são, é em geral um amigo do homem (filantropo). Aquele que não é<br />

feliz senão quando os outros não o são é um inimigo do homem (um misantropo no sentido<br />

prático). Aquele para o qual é indiferente o que acontece a outrem, contanto que tudo vá bem<br />

para ele, é um egoísta. Aquele, entretanto, que foge dos homens porque não po<strong>de</strong> encontrar<br />

nenhuma satisfação neles, embora ele lhes <strong>de</strong>seje bem a todos, é um antropófobo (um<br />

misantropo esteticamente falando) e se po<strong>de</strong>ria nomear antropofobia sua aversão pelos<br />

homens.<br />

.................................................................................................................................<br />

Divisão dos <strong>de</strong>veres do amor<br />

São: A) os <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> beneficência; B) <strong>de</strong> reconhecimento, e C) <strong>de</strong> simpatia.<br />

A<br />

Do <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> beneficência<br />

§ 29<br />

Fazer bem a si mesmo, tanto quanto é necessário, simplesmente para encontrar<br />

prazer em viver (assim cuidar <strong>de</strong> seu corpo, sem todavia recair na indolência), pertence aos<br />

<strong>de</strong>veres para consigo mesmo; o contrário é, seja privar-se por avareza (servilmente) daquilo<br />

que é necessário para experimentar o contentamento <strong>de</strong> viver, seja privar-se do prazer das<br />

alegrias da vida por uma disciplina exagerada <strong>de</strong> suas inclinações naturais (por fanatismo),<br />

uma e outra <strong>de</strong>ssas coisas sendo contrárias ao <strong>de</strong>ver do homem para consigo.<br />

Mas como, além da benevolência do voto relativamente a outros homens (o que<br />

não nos custa nada), po<strong>de</strong>-se ainda exigir que ela seja prática, ou seja, consi<strong>de</strong>rar a<br />

beneficência com relação aos necessitados como <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> todo homem que possui meios? – A<br />

benevolência é o contentamento que se obtém da felicida<strong>de</strong> (do bem-estar) dos outros; mas a<br />

beneficência é a máxima que consiste em tomar esta felicida<strong>de</strong> como fim, e o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

beneficência é a sujeição que impõe a razão <strong>de</strong> admitir esta máxima como lei universal.<br />

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