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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas - Ipea

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<strong>Brasil</strong> <strong>em</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>: <strong>Estado</strong>, <strong>Planejamento</strong> e Políticas PúblicasTais propostas serviram de referência para elaboração do PAC Saúde, denominado MaisSaúde e lançado <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro de 2007, objeto de análise neste texto. São destacados os avançosalcançados na impl<strong>em</strong>entação de medidas regulatórias, de fomento ao desenvolvimentocientífico e tecnológico e à internalização da produção de insumos, são também identificadas asdificuldades para execução de ações relacionadas à expansão da cobertura e à reorganização darede de serviços, dadas as restrições de financiamento presentes no primeiro ano de execução.2 Quadro que o Mais Saúde pretende transformarAssegurar o direito à saúde aos 190 milhões de cidadãos brasileiros é responsabilidade do<strong>Estado</strong>, por determinação do texto constitucional de 1988.O cumprimento dessa missão envolve o enfrentamento de quadro sanitário complexo,permeado por iniquidades acumuladas <strong>em</strong> muitas décadas de desenvolvimento desigual eexclusão. Há importantes diferenças nas necessidades de saúde entre regiões e segmentosda população, associadas a idade, renda, ocupação, etnia e gênero. A tendência observadade envelhecimento populacional coloca desafio adicional para o sist<strong>em</strong>a de saúde, dadasas previsíveis mudanças no quadro epid<strong>em</strong>iológico, ampliando a presença de doençascrônicas e acentuando a necessidade de políticas específicas para idosos. O quadro epid<strong>em</strong>iológicoé complexo, combinando crescente peso de doenças crônico-degenerativase progressiva diminuição das doenças infecciosas e parasitárias entre principais causasde morte, mas permanecendo estas últimas com relevante presença da causa de adoecimento.Dengue, malária, AIDS, tuberculose, esquistossomose, doença de Chagas, doençadiarreica aguda (DDA) e infecção respiratória aguda (IRA) ainda aflig<strong>em</strong> contingentespopulacionais expressivos.Ainda que indicadores clássicos de aferição da situação de saúde venham apresentandoperformance crescent<strong>em</strong>ente positiva para média do país, especialmente nas últimas duasdécadas, r<strong>em</strong>anesc<strong>em</strong> diferenças inaceitáveis entre regiões e unidades federadas. A taxa d<strong>em</strong>ortalidade infantil que era de 53,7 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos,<strong>em</strong> 1990, caiu para 21,2 óbitos por mil nascidos vivos, <strong>em</strong> 2008, redução de 60% na taxa,<strong>em</strong> menos de duas décadas, para a média do país. Mas a mortalidade de crianças até 1 ano,<strong>em</strong>bora <strong>em</strong> queda, ainda é alta se comparada à de outros países, como Argentina 15%, EUA7% e Cuba 5% e <strong>em</strong> alguns estados ainda alcança 47%, como <strong>em</strong> Alagoas.No enfrentamento desse quadro sanitário complexo, o sist<strong>em</strong>a de saúde debate-se comgraves probl<strong>em</strong>as de financiamento e gestão.O subfinanciamento do SUS ocorre desde sua orig<strong>em</strong>, no fim da década de 1980.Em 2000, o gasto público total, consideradas as três esferas de governo, era de R$ 34 bilhõese representava 2,9% do produto interno bruto (PIB). Após aprovação da Emenda Constitucional(EC) n o 29/2000, que vinculou recursos à saúde, houve crescimento do gasto,especialmente pelo acréscimo de recursos das esferas subnacionais e alcançou, <strong>em</strong> 2006,R$ 84 bilhões, representando 3,5% do PIB. Mas o gasto público representava neste ano594

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