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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas - Ipea

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<strong>Brasil</strong> <strong>em</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>: <strong>Estado</strong>, <strong>Planejamento</strong> e Políticas PúblicasMudanças na estrutura familiar combinam-se com isso, afetando, de uma parte, a disponibilidadee a qualidade da atenção à criança pequena e aos filhos menores e pré-adolescentes;e, de outra parte, prejudicando as condições com que os jovens chegam ao momento – nãoraro precoce – da maior inserção social.Tais assimetrias, no fundo, são parecidas e estão associadas às que introduz<strong>em</strong> outros tipos deconflitos na passag<strong>em</strong> para a juventude. Dificuldades para articular a instrução (educação formalescolar) à aquisição de qualificações – ainda na acepção fordista de organização da produção –e de competências que vão além desta qualificação – o novo desafio posto pela reestruturaçãoprodutiva nos anos 1990; dificuldades para obter <strong>em</strong>prego de qualidade e/ou escapar da precarizaçãolindeira da marginalidade e da ilegalidade; dificuldades para ganhar maturidade e chegar àconstituição de nova família, de novas redes de sociabilidade e para exercitar de pleno a cidadania.Não por último, cabe mencionar, nesse mesmo diapasão, que a sociedade brasileira nãoestava culturalmente preparada para outra decorrência da transição d<strong>em</strong>ográfica: o alentadocrescimento da população idosa. Novamente, a família metropolitanizada, mais intensamente<strong>em</strong>penhada na geração da renda familiar, pressionada por carências e pouco acesso a serviçossociais, com seus m<strong>em</strong>bros mais jovens ainda dependentes da coesão doméstica, tambémperde capacidade de exercer sua antiga função de abrigo e cuidado dos mais velhos. E os sist<strong>em</strong>asinstitucionalizados – comunitários, filantrópicos e, <strong>em</strong> especial, públicos – tampoucose haviam expandido e qualificado para suprir tais insuficiências.Esse leque de probl<strong>em</strong>as conflui para novo espaço de políticas públicas, as quais dificilmentese encaixam nos “territórios” setorializados das políticas sociais compensatórias dasdécadas passadas. A crítica a esta abordag<strong>em</strong> setorializada – <strong>em</strong> verdade, trata-se de políticasdominadas pela visão reducionista e ritualizada de estamentos especializados da burocracia –v<strong>em</strong> sendo alimentada por fortes debates mais recentes. Uns projetam-se nesta publicaçãono artigo sobre a “transversalidade”; outros na discussão dos limites da participação via colegiados/conselhos,<strong>em</strong> que se pretende enquadrar as controvérsias entre representação e delegação;outros ainda na observação das próprias deficiências de diagnóstico, formulação e/oudesenho e impl<strong>em</strong>entação das estratégias de intervenção pública.Nesta Parte V, portanto, faz-se intento de compreender os escopos e de apreciar o des<strong>em</strong>penhoe alguns resultados de várias políticas públicas que têm por alvo as questões de inserçãosocial destas populações específicas – crianças, jovens, mulheres, idosos etc.É inconteste a vital importância da atenção infantil – que os organismos internacionaisinsistent<strong>em</strong>ente mencionam como childcare – como uma das bases para ulteriores ganhos deinclusão social e de elevação do b<strong>em</strong>-estar coletivo. E, nesta medida, como se viu no Relatóriode Monitoramento da Educação para Todos 2007, da Organização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura (Unesco), <strong>em</strong> todo o mundo t<strong>em</strong> ocorrido forte movimentaçãopara ampliá-la, crescente mobilização de recursos e evidente campo de inovações nasestratégias e nas tecnologias de intervenção pública e privada. Inspirando-se nos avanços <strong>em</strong>curso nesta área, não há como negar que o <strong>Brasil</strong> v<strong>em</strong> ampliando seus esforços para dar contados imensos probl<strong>em</strong>as ali envolvidos.658

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