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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas - Ipea

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<strong>Brasil</strong> <strong>em</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>: <strong>Estado</strong>, <strong>Planejamento</strong> e Políticas PúblicasMas o equacionamento rápido da crise, seguido pela recuperação e pela retomada do crescimento,constitui fator importante para manutenção de trajetória positiva do GSF. 86 Considerações finaisA questão que se apresenta a partir da estimativa do GSF para o ano de 2008 é relativa àschances de manutenção do patamar atingido no período futuro. Em relação a 2007, houvecrescimento real de 4,8% e o nível de execução orçamentária dos principais órgãos da áreasocial <strong>em</strong> 2008 foi superior à média de execução verificada no conjunto dos órgãos constantesdos orçamentos fiscais e da seguridade social – 95,8% contra 90,1%. Isto d<strong>em</strong>onstra acapacidade que os órgãos da área social têm de efetivar despesas planejadas, ainda que hajavariações importantes entre eles, especialmente no que se refere aos investimentos, sensivelmenteconstrangidos <strong>em</strong> alguns casos.Entretanto, a manutenção do nível atual do GSF por t<strong>em</strong>po indeterminado não parecesustentável, principalmente se considerados outros limites e questões fiscais que pressionamfundo público. Observe, por ex<strong>em</strong>plo, que <strong>em</strong> 2008 o GSF atingiu 15% do PIB, crescimentode 3,8 p.p. <strong>em</strong> relação ao verificado no início da série, <strong>em</strong> 1995, mas 0,06 p.p. inferior àproporção obtida <strong>em</strong> 2007, confirmando tendência de interrupção no crescimento real daparticipação do GSF no PIB iniciada <strong>em</strong> 2004.A preocupação maior agora se volta para extensão dos impactos da crise. O caráter prócíclicodo GSF, apontado <strong>em</strong> estudos anteriores, torna-se grave probl<strong>em</strong>a para momento decrise: justo quando as políticas sociais são mais necessárias, os gastos sociais, além de nãoconseguir<strong>em</strong> manter seu crescimento, não respond<strong>em</strong> adequadamente às necessidades dopaís. Neste exato momento estão <strong>em</strong> curso várias ações <strong>em</strong>ergenciais, com impactos diversossobre gastos públicos e sobre arrecadação tributária. Por ex<strong>em</strong>plo, redução do Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI) sobre diversos produtos, mudanças nas alíquotas do Impostode Renda Pessoa Física (IRPF) e aumento no número de parcelas do seguro-des<strong>em</strong>prego. Seuefetivo impacto sobre finanças públicas <strong>em</strong> geral e sobre GSF <strong>em</strong> particular ainda é incógnita.Talvez desta vez, contrariando outros momentos da história recente, o GSF apresentetrajetória anticíclica ou talvez confirme seu caráter pró-cíclico. Nesse caso, se a retomada docrescimento revelar-se lenta, tanto mais difícil será manter o crescimento do GSF.Para ambos os casos, o simples fato de existir tais dúvidas exige a impl<strong>em</strong>entação deagenda que busque consolidar avanços obtidos nas políticas sociais nos últimos anos, n<strong>em</strong>que seja por salutar precaução.8. No início de 2009, várias políticas públicas sociais foram chamadas a contribuir com esforço de superação da crise econômica, com destaque paraprevidência, bolsa família e seguro-des<strong>em</strong>prego. Isto talvez engendre efeito conjugado de reduzir características pró-cíclicas do GSF, mas ainda écedo para avaliar se o escopo e o volume dos recursos envolvidos serão suficientes para tal.566

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