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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas - Ipea

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Capítulo 26DIAGNÓSTICO E DESEMPENHO RECENTE DAS AÇÕES GOVERNAMENTAISDE PROTEÇÃO SOCIAL PARA IDOSOS DEPENDENTES NO BRASIL1 ApresentaçãoO envelhecimento da população brasileira t<strong>em</strong> sido acompanhado pelo envelhecimentoda própria população idosa e por transformações acentuadas nos arranjos familiares, nanupcialidade e na maior participação das mulheres no mercado de trabalho, <strong>em</strong> contextode fecundidade baixa. Estas transformações estruturais ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> meio a um cenário derestrições orçamentárias pelo qual o sist<strong>em</strong>a de Seguridade Social brasileiro v<strong>em</strong> passandoe ao marcante quadro de pobreza e desigualdade ainda vigente na sociedade brasileira, nãoobstante a redução experimentada nos últimos anos.As perspectivas que se vislumbram para médio prazo são de continuação da redução damortalidade <strong>em</strong> todas as idades e, <strong>em</strong> especial, nas avançadas, <strong>em</strong> que se encontra a maiorproporção de pessoas portadoras de doenças crônico-degenerativas, com dificuldades paralidar com as atividades do cotidiano e para gerar renda. Ou seja, pode-se esperar para o futuropróximo crescimento a taxas elevadas do contingente de idosos que viv<strong>em</strong> por mais t<strong>em</strong>po.Além da certeza da continuação de ganhos <strong>em</strong> anos vividos, outra razão para aimportância desta questão na agenda das políticas públicas t<strong>em</strong> sido a incerteza quanto àscondições de saúde, renda e cuidados que será experimentada pelo segmento dos longevos.Tais fatores associados às mudanças nos arranjos familiares, à queda da fecundidade,à redução dos laços de solidariedade familiar – resultantes dos processos de migração –, àurbanização, à maior inserção das mulheres no mercado de trabalho e à baixa capacidadecontributiva de grande parte da população ativa têm sido objeto de crescentes preocupaçõesentre formuladores de políticas públicas.Acredita-se que a disponibilidade de suporte familiar para a população idosa pode diminuirà medida que aumenta o número de pessoas que d<strong>em</strong>andam este suporte. E que oorçamento da Seguridade Social, tal como desenhado pela Constituição Federal (CF) de1988, não será capaz de continuar garantindo a universalização do benefício de renda paraa população idosa. Deve ser notado que a Constituição brasileira avançou ao garantir rendamínima para a população s<strong>em</strong> capacidade laborativa; entretanto, continuou atribuindo àfamília a responsabilidade de cuidar do idoso frágil. No entanto, as mudanças já mencionadasimpõ<strong>em</strong> o reconhecimento da necessidade de estabelecer<strong>em</strong>-se políticas públicas que possibilit<strong>em</strong>alternativas de cuidados a determinados idosos.

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