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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas - Ipea

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<strong>Brasil</strong> <strong>em</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>: <strong>Estado</strong>, <strong>Planejamento</strong> e Políticas Públicasprobl<strong>em</strong>a da baixa institucionalidade típica de novos órgãos de governo. Dado que, paraparceiros nos ministérios, a mudança na formulação e na execução das políticas exige porvezes considerável dispêndio de recursos humanos e financeiros, quando o acordo firmado nacúpula não segue acompanhamento e assessoramento constante por parte das secretarias, atendência é abandonar o projeto e voltar ao funcionamento burocrático normal.Nesse contexto, observa-se que o trabalho dos gestores da transversalidade faz-se maisefetivo <strong>em</strong> dois cenários: quando o(s) ministério(s) envolvido(s) com política específicajá possuía(m) trajetória de atuação transversal e o gestor da transversalidade entra comomediador, facilitador e colaborador; ou quando, por meio da priorização política presidencial,quadros da Casa Civil colaboram no trabalho de acompanhamento, monitoramento e“pressão” dos ministérios envolvidos. Em geral, este cenário envolve também mobilizaçãodos quadros <strong>em</strong> cada secretaria especial para sucesso de cada “tarefa”, estabelecendo perfilmais mobilizador e de exercício de advocacy intragovernamental para SEDH, SPM, Seppire, <strong>em</strong> menor grau, SNJ. Este foi o caso, por ex<strong>em</strong>plo, na formulação <strong>em</strong> 2007 e 2008 dasagendas sociais de igualdade racial, gênero, pessoas com deficiência, juventude, criança eadolescente e registro civil de nascimento.Assim, avalia-se que, para que o trabalho desses gestores da transversalidade tenhamaior sucesso, seus órgãos dev<strong>em</strong> ser dotados de recursos humanos mais adequados àmissão institucional que lhes cabe. Isto implica tanto contratação de servidores – permanentesou t<strong>em</strong>porários – por concurso quanto decisão mais clara de que o perfil destesórgãos é o de articulador de políticas e não de executor de programas. Com esta últimadefinição, seria possível reduzir pessoal destinado à gestão orçamentária, aos contratos eaos convênios, por ex<strong>em</strong>plo, evitando também duplicação e fragmentação de programasvoltados muitas vezes para o mesmo público.Entretanto, dada a própria lógica dos aparatos burocráticos, a tendência dessas secretarias– muitas vezes apoiada pelo Palácio do Planalto – é de requerer orçamentos próprios cadavez maiores, de forma a contornar a dificuldade encontrada <strong>em</strong> fazer que ministérios atu<strong>em</strong>adequadamente sobre determinados t<strong>em</strong>as. A opção inversa – isto é, propor redução do orçamentoe aumento do quadro dedicado à articulação intragovernamental –, ainda que coerentedo ponto de vista da gestão governamental, implica por parte das secretarias especiais perda depoder e governabilidade sobre os rumos da política. Seguidas estas d<strong>em</strong>andas – legítimas – pormaior orçamento, a tendência é que secretarias especiais abandon<strong>em</strong> seu perfil de gestores datransversalidade e consolid<strong>em</strong>-se como órgãos executores de políticas que irão competir comos d<strong>em</strong>ais ministérios tanto por recursos orçamentários quanto políticos.794

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