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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas - Ipea

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Capítulo 30AVANÇOS E DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA ESFERA PÚBLICAFEDERAL BRASILEIRA*1 ApresentaçãoOs espaços de participação social existentes no âmbito da esfera pública federal têm contribuídopara tornar o <strong>Estado</strong> mais d<strong>em</strong>ocrático e mais permeável às contribuições da sociedadecivil? Pod<strong>em</strong> ser considerados, de fato, espaços deliberativos dotados de efetividade e forçapolítica que mantém interconectividade com o ciclo de planejamento, orçamento e gestão depolíticas públicas? Tendo <strong>em</strong> vista a ampliação dos espaços de participação social no âmbitodo governo federal, notadamente conselhos e conferências nacionais, estaria a burocraciapública federal dotada de método institucional de gestão capaz de dar vazão às deliberaçõese às resoluções <strong>em</strong>anadas da sociedade civil para o interior do <strong>Estado</strong>? Ou, ainda, o aumentodos espaços de participação da sociedade civil, observado no período 2003-2006, teria sidosuficiente para impactar na qualidade da participação existente no seio da esfera pública federal?Estas são algumas questões consideradas fundamentais para reflexão a respeito da arquiteturada participação social existente no âmbito do governo federal, sua organização, seufuncionamento e sua capacidade de influenciar no ciclo das políticas públicas.Entendendo espaços de participação social como mecanismos de d<strong>em</strong>ocracia participativa,este texto dedicar-se-á, nas duas seções iniciais, analisar alguns dos motivos que contribuírampara crescente importância da criação de espaços de participação social no bojode <strong>Estado</strong> d<strong>em</strong>ocrático e, particularmente, no percurso brasileiro de institucionalização d<strong>em</strong>ecanismos de d<strong>em</strong>ocracia participativa e direta. Na terceira seção, o texto analisa o avançoda participação social no período 2003-2006 e alguns aspectos relativos aos conselhos nacionais,como número de conselhos nacionais existentes e principais movimentos sociais que osintegram. Na quarta seção analisa-se conjunto mais amplo de questões relativas às conferênciasnacionais realizadas no período 2003-2006, tais como formas, métodos e processo deorganização destes espaços públicos, b<strong>em</strong> como alguns el<strong>em</strong>entos dos conteúdos debatidos edificuldades enfrentadas para encaminhar suas deliberações aos canais apropriados que deságuamna efetiva contribuição para elaboração de políticas públicas. 1* Trata-se de versão modificada e atualizada de Silva (2008a).1. A análise realizada neste trabalho utiliza algumas das informações coletadas por questionário aplicado pela Secretaria-Geral da Presidência daRepública (SGPR) aos coordenadores das conferências nacionais, lotados <strong>em</strong> ministérios e/ou conselhos nacionais no final de 2007, cujos resultadosforam sist<strong>em</strong>atizados e analisados pelo <strong>Ipea</strong>. Importante esclarecer, desde logo, que, dado o escopo reduzido do presente trabalho, os resultadosoriundos da pesquisa anteriormente citada serão aqui apresentados, na maioria das vezes, referindo-se ao conjunto das conferências pesquisadas,apesar de reconhecer que estes espaços públicos são heterogêneos e têm diferentes capacidades de influir nas decisões do <strong>Estado</strong> com respeito àelaboração e à adequação de políticas públicas.

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