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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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130eram precários, reduzidos a uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> caminhos pessimamente conservados, e quetransformavam as viagens <strong>em</strong> longas e penosas aventuras.Joaquim <strong>de</strong> Almeida Leite Moraes (1834-1895), que, no ano <strong>de</strong> 1881, foi nomeadoPresi<strong>de</strong>nte da Província <strong>de</strong> Goiás, <strong>de</strong>screve, <strong>em</strong> seu diário, a viag<strong>em</strong> que fez <strong>de</strong> São Paulo àcapital goiana, para tomar posse do cargo. Tendo percorrido <strong>de</strong> tr<strong>em</strong> o primeiro trecho dopercurso, até Casa Branca - SP, o viajante <strong>de</strong>screve fielmente os sofrimentos da segunda etapada viag<strong>em</strong>, a partir do final dos trilhos da ferrovia. Segundo MORAES (1999, p.47), por todoo trecho paulista, o que se encontrava eram estradas “[...] quase intransitáveis; navegamos porum mar <strong>de</strong> lama; pantanais s<strong>em</strong> termo”, os quais, entretanto, tinham gran<strong>de</strong> movimento:“Des<strong>de</strong> Casa Branca que encontramos diariamente com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> carros dos sertões <strong>de</strong>Minas e Goiás, cada um <strong>de</strong>les puxado por <strong>de</strong>z juntas <strong>de</strong> bois, pelo menos” (ibid, p.49).Depois, ao chegar ao vale do rio Gran<strong>de</strong>, as dificulda<strong>de</strong>s aumentavam ainda mais, conformerelata o viajante:Desc<strong>em</strong>os a serra e caímos <strong>em</strong> um lago <strong>de</strong> lama <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duzentas braças<strong>de</strong> largura; não há como evitá-lo; entramos no lago. [...] Muitas vezes o lodotocava a barriga do animal; aqui e ali o guia caía <strong>em</strong> um poço e nós o<strong>de</strong>sviávamos, tomando outra direção; a água lodosa estava pobre. [...]Finalmente pisamos terra firme; mas, animais, arreios e cavaleiros estavamcobertos <strong>de</strong> lodo! (ibid, p. 59)A travessia do rio Gran<strong>de</strong>, no porto da Ponte Alta, pertencente ao famoso Barão daPonte Alta, era outra gran<strong>de</strong> e perigosa aventura. De um lado e outro do rio, aglomeravam-seviajantes, tropeiros, carreiros amontoados, esperando sua vez <strong>de</strong> atravessá-lo, na balsa, ou <strong>de</strong>canoa. E, nos armazéns do barão, test<strong>em</strong>unhando o gran<strong>de</strong> comércio que ali se verificava,podiam ser vistos mais <strong>de</strong> 10 mil alqueires <strong>de</strong> sal (ibid). Ao penetrar na balsa, o novoPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Goiás, acompanhado por sua comitiva, assim <strong>de</strong>screveu a travessia do rio:E a balsa <strong>de</strong>spegou-se da barranca e saiu ao largo; tínhamos <strong>de</strong> subirbarranqueando, ao menos, meia légua, para que <strong>de</strong>pois, atravessando o rio erodando, fôss<strong>em</strong>os sair no porto fronteiro, tal a correnteza do rio e suaprofundida<strong>de</strong>. Saindo ao largo, compreendi que estávamos sobre umasepultura flutuante. A balsa <strong>de</strong>sconjuntava-se; as suas tábuasestragadíssimas; as canoas podres fazendo água... (MORAES, 1999, p. 60)Para as autorida<strong>de</strong>s uberabenses, a solução <strong>de</strong>sse grave probl<strong>em</strong>a era, s<strong>em</strong> dúvida, achegada da estrada <strong>de</strong> ferro. A Companhia Mogiana <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Ferro, seguindo o rastrodos cafezais, vinha esten<strong>de</strong>ndo sua re<strong>de</strong> pelo território paulista: <strong>em</strong> 1878, chegara <strong>em</strong> CasaBranca; <strong>em</strong> 1883, <strong>em</strong> Ribeirão Preto; e, <strong>em</strong> 1887, já estava <strong>em</strong> Franca. Finalmente, no dia 23<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1889, com a presença do Con<strong>de</strong> D’Eu, marido da Princesa Izabel, era festivamente

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