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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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359pobres, e o egoísmo uberabense não tolera estas cousas (LAVOURA ECOMÉRCIO, 08/03/1925, p. 1).Na verda<strong>de</strong>, a opinião expressa pelo cidadão uberabense resi<strong>de</strong>nte <strong>em</strong> Uberabinha é,para nós, apenas parcialmente correta. Quando ele con<strong>de</strong>na o egoísmo uberabense, referindose,obviamente, à omissão das elites econômicas <strong>em</strong> relação a <strong>em</strong>preendimentos educacionaiscomo o Liceu <strong>de</strong> Artes e Ofícios, comete um erro <strong>de</strong> interpretação: não é o simples egoísmo,mas, sim, o interesse econômico que <strong>de</strong>termina a posição dos donos do capital. Para clarearessa posição, l<strong>em</strong>bramos o pensamento <strong>de</strong> Mészáros (2005, p. 17), quando ele afirma: “Aopensar a educação na perspectiva da luta <strong>em</strong>ancipatória, não po<strong>de</strong>ria senão restabelecer osvínculos – tão esquecidos – entre educação e trabalho, como que afirmando: digam-me on<strong>de</strong>está o trabalho <strong>em</strong> um tipo <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> e te direi on<strong>de</strong> está a educação.”. Nessa perspectiva,numa socieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> o capital está concentrado nas mãos <strong>de</strong> uma burguesia rural, queinteresse haveria na implantação <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> formação técnica? Em que sentido essaescola po<strong>de</strong>ria colaborar na acumulação do capital? L<strong>em</strong>br<strong>em</strong>os que as antigas ativida<strong>de</strong>sagropecuárias não necessitavam <strong>de</strong> uma mão-<strong>de</strong>-obra tecnicamente qualificada. Por outrolado, a indústria regional era ainda incipiente – com pequena necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obraqualificada – e incapaz <strong>de</strong> subvencionar a construção <strong>de</strong> uma escola técnica.Entretanto, aparent<strong>em</strong>ente alheio a esses fatos, Fidélis Reis <strong>de</strong>u início ao seu projeto.Parece-nos que a estratégia do <strong>de</strong>putado para dotar Uberaba <strong>de</strong> uma escola técnicoprofissionalizantepassava primordialmente pela construção do Liceu <strong>de</strong> Artes e Ofícios.Construído o prédio, organizada a infra-estrutura e aprovada a lei que previa a ofertaobrigatória do ensino profissional no país, po<strong>de</strong>ria ele, como <strong>de</strong>putado, atrair recursos fe<strong>de</strong>raispara a instalação <strong>de</strong> cursos técnicos e, qu<strong>em</strong> sabe, <strong>de</strong> uma Universida<strong>de</strong> doTrabalho nosmol<strong>de</strong>s propostos pelo belga Omer Buyse. As indústrias viriam <strong>de</strong>pois (?)...Entretanto, para a construção do prédio do Liceu, Fidélis Reis não acreditava noauxílio do Estado, envolvido nas questões da educação básica, consi<strong>de</strong>radas mais urgentes.Para ele, a solução passaria pela organização <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> privada, como aconteceu comoutras iniciativas do mesmo tipo no Brasil. Para vencer a indiferença da elite uberabense, que,como já apontara o cidadão uberabense resi<strong>de</strong>nte <strong>em</strong> Uberabinha, não costumava apoiar essetipo <strong>de</strong> iniciativa, Reis lançou, com o apoio da imprensa, uma campanha regional apontandoos benefícios que tal iniciativa traria para todo o Triângulo Mineiro e chamando àresponsabilida<strong>de</strong> cívica os donos do capital. Um dos jornais locais publicou um artigo do qualextraímos o seguinte trecho:

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