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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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253dos interesses do clero e das elites dominantes.A confessionalida<strong>de</strong> também traz <strong>em</strong> seu bojo relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que secaracterizam como ações <strong>de</strong> natureza política que po<strong>de</strong>m ainda serqualificadas, segundo Manheim (1972), como I<strong>de</strong>ologia na medida <strong>em</strong> quese apresenta como discurso e ação que se suporta nas regras do po<strong>de</strong>restabelecido ou como utopia na medida <strong>em</strong> que se coloca como discurso eação que se caracteriza como enfrentamento e questionamento do po<strong>de</strong>restabelecido. (VASSELAI, 2001, p. 17)Na verda<strong>de</strong>, há muitos séculos, religião e educação escolar trabalham juntos nadivulgação da i<strong>de</strong>ologia da classe dominante. A burguesia oci<strong>de</strong>ntal utilizou-se muito b<strong>em</strong><strong>de</strong>sse expediente, inicialmente com o trabalho <strong>de</strong> catequese realizado pela Companhia <strong>de</strong>Jesus e, também, com a ação evangelizadora dos pastores, nos países on<strong>de</strong> triunfou a reformaprotestante. Segundo explica Chauí (1994), numa perspectiva materialista histórica, aalienação religiosa nada mais é do que uma das faces da alienação do trabalho e, <strong>em</strong> últimainstância, colabora com o processo <strong>de</strong> acumulação do capital.Para Feuerbach, a religião é a forma supr<strong>em</strong>a da alienação humana, namedida <strong>em</strong> que ela é a projeção da essência humana num Ser superior,estranho e separado dos homens, um po<strong>de</strong>r que os domina e governa porquenão reconhec<strong>em</strong> que foi criado por eles próprios. Todavia, Marx imprimirágran<strong>de</strong>s modificações nesse conceito. [...] Contra Feuerbach dirá, <strong>em</strong>primeiro lugar, que não há uma ‘essência humana’, pois o hom<strong>em</strong> é um serhistórico que faz diferent<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> condições históricas diferentes; e, <strong>em</strong>segundo lugar, que a alienação religiosa não é a forma fundamental daalienação, mas apenas um efeito <strong>de</strong> uma outra alienação real, que é aalienação do trabalho. (CHAUÍ, 1994, p. 55)Embora tenham adotado diferentes formas <strong>de</strong> atuação, tanto a religião católica, quantoas religiões protestantes, procuram atuar como el<strong>em</strong>entos disciplinadores e <strong>de</strong> divulgação dosvalores burgueses. Nessa visão, a alienação religiosa serve aos interesses do gran<strong>de</strong> capital: aoinculcar na população um conjunto <strong>de</strong> normas <strong>de</strong> conduta e a idéia <strong>de</strong> que o verda<strong>de</strong>iroprêmio será recebido no Reino dos Céus, as religiões cristãs prepararam o terreno para aexpansão da burguesia.Ao mesmo t<strong>em</strong>po, sob essa mesma perspectiva crítica, a educação escolar, através <strong>de</strong>seu currículo i<strong>de</strong>ologicamente contaminado, nada mais é do que uma forma <strong>de</strong> transmissãodos valores burgueses. Silva (2004, p. 147-148) afirma que[...] o currículo é, <strong>de</strong>finitivamente, um espaço <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. O conhecimentocorporificado no currículo carrega as marcas in<strong>de</strong>léveis das relações sociais<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. O currículo é capitalista. O currículo reproduz – culturalmente –as estruturas sociais. O currículo t<strong>em</strong> um papel <strong>de</strong>cisivo na reprodução daestrutura <strong>de</strong> classes da socieda<strong>de</strong> capitalista. O currículo é um aparelhoi<strong>de</strong>ológico do Estado capitalista. O currículo transmite a i<strong>de</strong>ologiadominante.

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