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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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39processo <strong>de</strong> escolarização do povo e, por conseqüência, não representou um movimento quepu<strong>de</strong>sse levar ao rompimento do mo<strong>de</strong>lo sócio-econômico que reinava na colônia.Desinteressado, <strong>de</strong>stinado a dar cultura geral básica, s<strong>em</strong> a preocupação <strong>de</strong>qualificar para o trabalho, uniforme e neutro (do ponto <strong>de</strong> vista nacional,como quer Fernando <strong>de</strong> Azevedo), não podia, por isso mesmo, contribuirpara modificações estruturais na vida social e econômica do Brasil, naépoca (ROMANELLI, 1983, p. 34).Por ocasião <strong>de</strong> sua expulsão, a Companhia <strong>de</strong> Jesus era uma instituição sólida eenriquecida. Des<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s na colônia, a Coroa se havia comprometido a<strong>de</strong>stinar à or<strong>de</strong>m religiosa 10% do total <strong>de</strong> impostos arrecadados, além da doação <strong>de</strong> terras.Acresc<strong>em</strong>-se a esses os lucros obtidos com a produção agrária das missões. Por outro lado, oReino Português achava-se <strong>em</strong> plena <strong>de</strong>cadência econômica e cultural, proveniente, <strong>de</strong>ntreoutras coisas, da queda da mineração, dos acordos comerciais com a Inglaterra e do fanatismoreligioso. Essa situação incomodava o governo colonial, que não via com bons olhos ocrescente po<strong>de</strong>rio daquela or<strong>de</strong>m religiosa. A animosida<strong>de</strong> entre a Companhia <strong>de</strong> Jesus e aCoroa cresceu ainda mais com a intensificação dos atritos entre jesuítas e colonos, <strong>em</strong> tornoda questão da escravização dos índios e da <strong>de</strong>struição das missões por ban<strong>de</strong>irantes paulistas.Em 1759, aproveitando-se da situação, o Marquês <strong>de</strong> Pombal acusou a Companhia <strong>de</strong>preten<strong>de</strong>r formar um império t<strong>em</strong>poral cristão na região dos Sete Povos e expulsou-os doBrasil. Como paliativo momentâneo, no mesmo ano, a Coroa fundou nas cabeças <strong>de</strong> comarcaaulas avulsas secundárias, somente para meninos, <strong>de</strong> gramática latina, grega e hebraica, <strong>de</strong>retórica e <strong>de</strong> filosofia, a ser<strong>em</strong> ministradas por professores contratados pelo Erário Régio(HILSDORF, 2003). Entretanto, nesse primeiro momento, Pombal não criou aulas <strong>de</strong>primeiras letras. Segundo Romanelli (1983), foram precisos 13 anos para que foss<strong>em</strong> tomadasas primeiras providências mais concretas para a substituição do sist<strong>em</strong>a educacional jesuítico.Em 1772, com a implantação do ensino público oficial, a uniformida<strong>de</strong> da açãopedagógica da Companhia, a perfeita transição <strong>de</strong> um nível escolar para outro e a graduaçãoforam substituídas por um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aulas régias <strong>de</strong> disciplinas isoladas. O Estado assumia,pela primeira vez, os encargos da educação e professores leigos começavam a serintroduzidos no ensino da Colônia. Na reforma <strong>de</strong> 1772, “é elaborado um mapa comindicação das cida<strong>de</strong>s, tipos <strong>de</strong> aula e número <strong>de</strong> professores necessários, tendo sido criadas17 aulas <strong>de</strong> ler e escrever, distribuídas entre Rio <strong>de</strong> Janeiro, Bahia, Pernambuco, Minas, SãoPaulo, Pará e Maranhão” (ARANHA, 1996, p. 134). Os professores, muitos <strong>de</strong>les formadosnos extintos colégios dos jesuítas, eram pagos pelo imposto que ficou conhecido como

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