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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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365imaginação. Nossa Universida<strong>de</strong> não fabrica senão sonhadores ediscursadores, estranhos ao mundo <strong>em</strong> que são chamados a viver. Aagricultura, a industria e o commercio, estas profissões que faz<strong>em</strong> a riquezae a gran<strong>de</strong>za das nações, a Universida<strong>de</strong> os ensinou a <strong>de</strong>sprezar(LAVOURA E COMÉRCIO, 18/08/1927, p. 3).Experiências <strong>de</strong> outros educadores europeus, como as do belga Omer Buyse e as dosoviético Lunatcharsky, ajudaram na formulação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino técnico proposto porFidélis Reis. Em julho <strong>de</strong> 1934, Fidélis Reis escreveu um artigo jornalístico no qual<strong>de</strong>monstrava o seu pesar pelo falecimento <strong>de</strong> Anatoly Vassilievitch Lunatcharsky 191 (1875-1933), um dos maiores lí<strong>de</strong>res da revolução soviética e Comissário do Povo para a Cultura eEducação. Dizendo-se um amante das questões relativas à educação, Reis afirmava que:Gran<strong>de</strong> porisso mesmo e das mais intensas, a magua que me veio causar,como universalmente a todos estudiosos <strong>de</strong>sse probl<strong>em</strong>a, a noticia que noschega, da morte <strong>de</strong> Lunatcharscky, o organizador genial da educação naRussia, a única talves das reformas a sobreviver<strong>em</strong> do sovietismo <strong>em</strong>naufragio. De todo ponto justa a homenag<strong>em</strong> que rendo neste momento aoespirito luminoso que se apaga. É <strong>de</strong> um hom<strong>em</strong> <strong>de</strong>sses, <strong>de</strong> um espirito<strong>de</strong>ssa envergadura, que o Brasil nesta hora precisa. Só assim levariamos acabo a única conquista capaz <strong>de</strong> justificar uma revolução (GAZETA DEUBERABA, 24/07/1934, p. 1)É b<strong>em</strong> provável que o trabalho do educador russo tenha tido repercussões sobre opensamento <strong>de</strong> Fidélis Reis. Assim como acontecia com Reis, também para Lunatcharsky(apud GADOTTI, 1995, p. 124),o fundamento da vida escolar <strong>de</strong>ve ser o trabalho produtivo, não concebidotanto como o serviço <strong>de</strong> conservação material da escola ou apenas comométodo <strong>de</strong> ensino, e sim como ativida<strong>de</strong> produtiva socialmente necessária.O princípio do trabalho converte-se <strong>em</strong> um meio pedagógico eficientequando o trabalho <strong>de</strong>ntro da escola, planificado e organizado socialmente, élevado adiante <strong>de</strong> uma maneira cirativa, e executado com interesse, s<strong>em</strong>exercer uma ação violenta sobre a personalida<strong>de</strong> da criança.Baseado nesse pensamento, Lunatcharsky introduziu, na União Soviética, novasformas <strong>de</strong> fomento das artes e das ciências, b<strong>em</strong> como criou as primeiras <strong>universida<strong>de</strong></strong>s paratrabalhadores e camponeses. Essas experiências <strong>de</strong>senvolvidas no leste europeuimpressionaram Reis e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter influenciado sua visão acerca do trabalho como princípioeducativo, a ponto <strong>de</strong> tê-las elogiado publicamente através <strong>de</strong> um órgão <strong>de</strong> imprensa.Entretanto, sua explícita admiração pelos progressos educacionais alcançados naU.R.S.S. atraiu a ira dos grupos conservadores uberabenses: no dia 24/07/1934, o médico191 Segundo München (2004), no período <strong>de</strong> 1917 a 1929, graças a uma radical transformação que impl<strong>em</strong>entouno sist<strong>em</strong>a educacional da União Soviética, Lunatcharsky conseguiu a proeza <strong>de</strong> reduzir o índice <strong>de</strong>analfabetismo das massas proletárias e camponesas <strong>de</strong> 65% (<strong>em</strong> 1917) para quase zero (<strong>em</strong> 1929).

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